O crescente número de casos de explosões, arrombamentos e assaltos em caixas eletrônicos nas agências bancárias do interior e capital do Rio Grande do Norte vem tirando o sono dos potiguares. As quadrilhas chegam pela madrugada e fortemente armados explodem os caixas, levam o dinheiro e, ousados, atiram contra a cidade - causando terror na população.
Só em 2015, foram 84 crimes desse tipo em agências bancárias. Até o dia 29 de fevereiro já foram 20 crimes do tipo, o último deles aconteceu na pequena cidade-praia de Tibau. Além de explodir o caixa eletrônico dentro de um supermercado, os criminosos algemaram um policial militar e roubaram todas as armas da delegacia. Como em todos os casos, fugiram sem deixar rastro.
De acordo com o professor e administrador, Luiz Nazareno de Souza, morador de Tibau, o prejuízo para o município é muito grande, e se reflete principalmente na economia local. “Todos os servidores estaduais e municipais, além de aposentados, que usam o caixa para sacar seus rendimentos vão ter que ir para outras cidades como Icapuí, no Ceará, ou Mossoró, assim muitos acabam realizando compras nessas cidades, portanto o comércio local perde muito”, explica.
A mesma situação acontece em Upanema, na região Oeste, onde uma agência do Banco do Brasil foi alvo de bandidos no início de fevereiro, 15 dias depois de sua instalação.
O supervisor de Rede, Renato Medeiros afirma que em Upanema há outros dois correspondentes bancários, um do Bradesco e uma lotérica. No entanto, eles não suprem a demanda da população. A lotérica, por exemplo, não permite fazer saques acima de R$300. Por isso, a solução é o morador se deslocar para Mossoró ou Campo Grande - que também teve agência explodida por bandidos.
"Não adianta instalar caixa eletrônico se não há um policiamento mais efetivo, tendo em vista que apenas dois policiais estão no plantão diariamente, e por conta do caos da segurança pública, para poder retirar nossos salários temos que pagar R$30,00 para ir até Mossoró”, relata Medeiros.
Questionado pelo Jornal Mossoró Hoje sobre o trabalho realizado para combater esse tipo de crime, o delegado Emerson Valente, que atua na Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime do RN (DEICOR/RN), informou que a Polícia Civil mantém em sigilo esse tipo de informação para não atrapalhar as investigações que já estão em andamento.
"Sobre o reforço no trabalho, a própria Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social já tem um projeto para isso", conclui o delegado.