14 MAI 2024 | ATUALIZADO 18:45
MOSSORÓ
Da redação
30/04/2016 09:12
Atualizado
13/12/2018 08:12

Por débito de R$ 876 mil, ortopedistas e cirurgiões ameaçam parar no HRTM

Médicos de quatro clínicas reclamam que não recebem os valores referente aos serviços prestados no mês de janeiro na complementação de plantões no Hospital Regional Tarcísio Maia
Cezar Alves

A Secretaria Estadual de Saúde atrasou o pagamento de janeiro das cooperativas médicas de anestesiologistas, clínicos gerais, ortopedistas e cirurgiões que prestam serviços de complementação de escalas no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró. Direção do hospital informa que busca liberação de R$ 876 mil para pagar os atrasados.

Das quatro clínicas, duas anunciaram, em nota enviadas à imprensa neste dia 30, que param as atividades no dia 1º de maio, se o pagamento não for normalizado. Trata-se da Clínica de Cirurgiões de Mossoró (CCM) e Sociedade de Ortopedia de Mossoró (SOM). A paralisação destes serviços gerará caos não só no HRTM, mas também nos hospitais de Natal.

Isto porque as atividades de ortopedia e cirurgia (principais serviços em hospitais de emergência urgência) parando no HRTM, os pacientes de toda a região serão transferidos para hospitais da Grande Natal, como o Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, e principalmente o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal.

O MOSSORÓ HOJE fez contato na manhã deste sábado, 30, com a Secretaria Estadual de Saúde, e recebeu a informação que exoneração do médico Recardo Lagreca do cargo de secretário de Saúde foi publicada hoje no Diário Oficial do Estado. Ele está transferindo o cargo para Eulália Alves, que era diretora média do Hospital Deoclécio Marques.

Junto com Ricardo Lagreca, todos os coordenadores da SESAP também pediram exoneração de seus cargos ao Governo Estado, gerando o atraso nos repasses que garantem a funcionalidade dos serviços, como das clínicas que complementam as escalas no HRTM, em Mossoró.

Diante do anúncio de paralisação dos cirurgiões e também dos ortopedistas (na complementação das escalas), o diretor geral do HRTM, Jarbas Mariano, disse que viajou à capital nesta sexta-feira para tratar do assunto. Acrescentou que já está com a Solicitação de Repasse (SR) financeiro no valor de R$ 876 mil aguardando só assinatura da nova secretária.

“Vou me tentar me reunir com ela ainda hoje para buscar uma saída. Ela ainda está recebendo a pasta do médico Ricardo Lagreca, que se despediu ontem da SESAP. Assim que a SR for assinada, os recursos são repassados para a conta do HRTM e em seguida repassados às quatro clínicas, inclusive as duas que estão anunciando paralisação”, conta Jarbas Mariano.

O diretor Jarbas Mariano acredita que a questão financeira será sanada no início da próxima semana e pede a compreensão de todas cooperativas. “Sabemos da questão do atraso, sabemos das dificuldades, mas precisamos entender as questões burocráticas que enfrentamos, que não estamos dia e noite buscando a solução”, explica.

 

Veja nota da Clínica de Cirurgiões de Mossoró enviada a direção geral do HRTM

“Ilmo Sr Jarbas Mariano,

Em virtude do atraso de repasse além do limite definido em contrato (ou seja, 90 dias)a Clínica dos Cirurgiões de Mossoró vêm informar a suspensão temporária dos plantões extras de complementação de equipes cirúrgicas no Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia até que a situação seja sanada. Estamos com 120 dias trabalhados sem remuneração.

Não estamos felizes com o momento, pois temos mães e pais de família nessa empresa (vencedora da Licitação) que abandonaram o seio de seus lares e convívio de entes queridos para trabalhar honesta e assiduamente por todo esse período, no intuito de ganhar o pecúlio advindo desse serviço tão importante.

Enquanto o processo de quitação não for resolvido, lamentavelmente, não poderemos cooperar com esse estado omisso.

Desse modo , a partir de amanhã (1° de maio) estaremos limitando o atendimento aos casos estritos de urgência e emergência, ficando apenas 01(um) cirurgião em regime de revezamento de horário para garantir atendimento aos referidos casos. E ao realizar-se o pagamento do valor contratual em atraso, retornaremos ao atendimento normal.

Na função de Diretor Geral da instituição faça-se de imediato chegar esse comunicado a todos os setores do Hospital, UGV(e dessa às cidades circunvizinhas) , demais diretores, chefias das outras clínicas, unidades de Pronto Atendimento da cidade, SAMU, Peltran, PRF, SMS e SESAP. As nossas entidades de classe serão notificadas imediatamente.

Sem mais para o momento, enviamos respeitosas saudações e acreditando em breve solução, para o bem maior da população.

CCM. Mossoró, 30/04/2016”.

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