28 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
POLÍTICA
Da redação
12/05/2016 09:02
Atualizado
14/12/2018 02:51

?Sofro a dor inominável da injustiça?, afirma Dilma após afastamento

Em pronunciamento à nação, a presidente afastada comentou que está sendo vítima de uma fraude jurídica. "A luta pela democracia não tem data para terminar. Jamais vou desistir de lutar", disse.
Agência Brasil

Em pronunciamento à nação, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou que está sendo vítima de uma fraude jurídica, e que, após sentir as dores da tortura e do câncer, agora sofre a dor “inominável da injustiça”.

“O destino sempre me reservou muitos e grandes desafios, alguns pareceram a mim intransponíveis, mas consegui vencê-los, já senti a dor indizível da tortura, a dor aflitiva da doença, e agora sofro, mais uma vez, a dor inominável da injustiça. O que mais dói nesse momento é a injustiça”, declarou Dilma.

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"É a maior das brutalidades que possa ser cometida contra um ser humano: puni-lo por um crime que não cometeu. Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente, injustiça cometida é um mal irreparável. Nunca acetei chantagens. Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Estou sendo julgada por ter feito o que a lei me autorizou a fazer”, acrescentou Dilma.

A presidente, que permanecerá afastada por até 180 dias antes do julgamento final no Senado, referiu-se em inúmeros momentos da sua fala ao processo que está em curso como “golpe”.

“Quando uma presidente eleita é cassada por um crime que não cometeu, o nome disso no ambiente democrático é golpe. Não cometi crime de responsabilidade, não há razão para o processo de impeachment, não tenho contas no exterior, nunca recebi propinas, jamais compactuei com a corrupção. Esse é um processo frágil, juridicamente inconsistente, desencadeado contra uma pessoa honesta”, disse.

Dilma também afirmou que desde que foi reeleita, em outubro de 2014, vinha tendo o seu Governo “sabotado” pela oposição. “O único objetivo é tomar à força o que não conquistaram nas urnas. Meu governo tem sido alvo de intensa sabotagem, com objetivo evidente de me impedir de governar”, enfatizou.

Ainda segundo a presidente Dilma, o impeachment coloca em risco conquistas importantes da população. "O que está em jogo não é apenas o meu mandato, mas sim o respeito às urnas, à vontade soberana do povo brasileiro. São as conquistas dos últimos 13 anos, os ganhos das pessoas mais pobres e da classe média, os jovens chegando às universidades e escolas técnicas, a valorização do salário mínimo, os médicos atendendo à população, a realização do sonho da casa própria, o pré-sal, o futuro do país", pontuou.

Por fim, Dilma destacou que “a população saberá dizer não ao golpe. “Aos brasileiros, faço um chamado: mantenham-se mobilizados, unidos e em paz. Nesses anos exerci meu mandato de forma digna e honesta, honrei os votos que recebi. Em nome desses votos, vou lutar para exercer o meu mandato até o fim. A luta pela democracia não tem data para terminar. Nós vamos vencer. Esta vitória depende de todos nós, vamos mostrar ao mundo que há milhões de defensores da democracia em nosso país. "Jamais vou desistir de lutar, muito obrigado a todos", finalizou.

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