Há exatos 37 dias em greve, os servidores da Justiça do Rio Grande do Norte decidem em assembleia realizada nesta quarta-feira, 22, manter a paralisação. Logo após a assembleia, os servidores realizaram “enterro” da justiça em frente ao Tribunal de Justiça do RN, em Natal.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Norte (Sisjern), Bernardo Fonseca, a presidência não está dialogando com a categoria. Segundo ele, há uma incoerência nas ações da presidência do Tribunal de Justiça.
“Nossa greve é por justiça, é de indignação, não aceitamos tirarem de quem tem menos para dar a quem tem mais”, afirma Bernardo.
O presidente do Sisjern afirma ainda que desde o início, a luta da categoria se mostra contra o auxílio-moradia aprovado para o magistrado.
Segundo o servidor que atua como conselheiro regional no Fórum Silveira Martins Mossoró, David Pereira, “a categoria se mantém bastante unida, firme e forte. Acredito que vamos aguentar até o fim, é o que, para mim, vem sendo demonstrado pelos colegas”.
Para o conselheiro, a presidência teve até agora uma argumentação fraca, e tem feito ‘terrorismo’ com os servidores.
“Não estão tomando as atitudes correspondentes a situação, estão ignorando os servidores, não querem diálogo, estão fazendo terrorismo, eles não estão negociando com a gente, e isso é o que mais tem incomodado”, diz David Pereira.
David ressalta que para ele, o Tribunal de Justiça do RN é um dos melhores do país, mas que a presidência não vem apresentando uma atitude de gestor.
“Queremos também que a sociedade entenda a nossa luta, saibam que nós queremos trabalhar, mas estamos lutando por nossos direitos”, finaliza o servidor.
O Sindicato explica que os servidores continuam a realizar campanhas em protesto. Caminhadas e ações sociais são as principais. De acordo com o presidente do Sindicato neste fim de semana a categoria vai se reunir para decidir as próximas ações a serem realizadas.
“Enterro da Justiça”
Os servidores da Justiça do RN realizaram nesta quarta-feira, 22, uma espécie de “enterro” da Justiça em frente ao Tribunal de Justiça do Estado.
Na ocasião, os servidores vestiam preto como forma de representar luto e acederam velas. Um objeto em forma de caixão também foi levado para o local.
Greve
Os servidores da Justiça do Rio Grande do Norte estão em greve desde o dia 17 de março.
As principais reinvindicações da categoria são a criação da data-base, a progressão funcional, e a não sustentação das medidas tomadas pelo Tribunal, como é o caso da redução de cargos em Comarcas, incluindo o pagamento de auxílio-moradia aos magistrados.
Dentre aproximadamente 2.800 servidores no Estado, cerca de 60% estão sem trabalhar, respeitando apenas os 30% mínimo estimado pelo Tribunal, para o atendimento a população.
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