A procura pelo emagrecimento e pela qualidade na alimentação tem desencadeado uma série de dietas. Uma das mais conhecidas, e das mais usadas seja por anônimos, seja por celebridade, é a detox. Como essa dieta deve ser feita e quais os problemas que podem causar se for seguida com exagero?
Quem responde é a nutricionista Melina Nascimento. Ela explica que a dieta detox tem como objetivo estimular/potencializar a detoxificação de toxinas que estão em nível hepático e intestinal.
“O processo de detoxificação já acontece naturalmente ou deve acontecer de maneira perfeita pelo nosso organismo. No entanto, o estilo de vida atual (causado pelo consumo excessivo de industrializados, açúcar, álcool, assim como fatores ambientais externos, alta exposição a agrotóxicos, plásticos e o hábito de fumar), prejudica a capacidade de eliminação de toxinas que levam ao acúmulo das mesmas e prejudicam a absorção de nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo”, diz ela.
Segundo Melina, os benefícios vão além do emagrecimento, como a maioria pensa. As pessoas que mais podem ser beneficiadas são ex-fumantes, quem possui maior dificuldade em perder peso e que sofre de constipação intestinal crônica. A dieta detox clássica deve durar de 7 a 10 dias, quando devem ser excluídos do cardápio: carnes, frituras, alimentos industrializados, alimentos com glúten e lactose, ovo, açúcar, adoçante industrializado, utilização de recipientes de plásticos, panelas de alumínio, uso de micro-ondas, entre outros.
Contrariando o que a grande maioria pensa, o detox vai além da ingestão de sucos verdes. Todas as pessoas podem ser beneficiadas com a inclusão desses alimentos, e isso não se baseia em apenas a ingestão dos sucos. Em pessoas saudáveis, o estilo de vida com caráter detoxificante, sem precisar necessariamente aderir à dieta detox, pode prevenir diversas doenças e auxiliar na manutenção do peso.
“Para a dieta são necessárias preparações naturais com ingredientes orgânicos com nutrientes que promovem o melhor funcionamento do fígado e intestino, previnem o envelhecimento celular e melhoram o funcionamento do organismo, como as brássicas (brócolis, couve, espinafre, aspargos, vagem, etc), pepino, abobrinha, chá verde, abacate, melancia, gengibre, abacaxi, kiwi, alho, cebola, limão, castanha do Pará, rabanete, aloe vera, entre outros”, esclarece a nutricionista.
No entanto, se feita de forma exagerada os efeitos podem ser prejudiciais ao organismo. “Dependendo do tipo da dieta (líquida ou sólida), há uma restrição calórica muito intensa que se feita por um período longo pode prejudicar o funcionamento do metabolismo, tornando-o lento, levando ao catabolismo, hipoglicemia. Além disso, a pessoa pode apresentar mal-estar, fraqueza, tontura, dor de cabeça, indisposição e até mesmo desmaio. E se prolongada à dieta líquida, os rins podem ser prejudicados, além da ausência de mastigação e fibras não gerar saciedade e prejudicar o funcionamento intestinal. É imprescindível o acompanhamento nutricional para esse tipo de orientação”, conclui Melina.