30 NOV 2024 | ATUALIZADO 18:40
NACIONAL
23/06/2021 10:50
Atualizado
23/06/2021 10:50

CPI vai investigar corrupção ativa e passiva na compra da Covaxin, diz Randolfo

De acordo com o vice-presidente da CPI da Pandemia, o ponto de partida é a votação dos requerimentos para depoimento do servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Fernandes Miranda e do seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).
FOTO: PEDRO FRANÇA

O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta terça-feira (22) que uma nova frente se abre na comissão: a da investigação sobre corrupção ativa e passiva.

O ponto de partida, segundo o senador, é a votação dos requerimentos para depoimento do servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Fernandes Miranda e do seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Os requerimentos estão na pauta da CPI desta quarta-feira (23).

“Nós já tínhamos os dados que confirmam que ocorreu omissão da parte do governo federal na aquisição de vacinas, já descobrimos a atuação de um gabinete paralelo no enfrentamento à pandemia e agora nós estamos abrindo uma terceira vertente, que é o fato de que ocorreu um "cumpliciamento" entre agentes privados e agentes públicos em detrimento do erário”, afirmou Randolfe após a reunião desta terça-feira.

O servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Fernandes Miranda prestou depoimento ao Ministério Público Federal em março, em um inquérito que investiga se houve favorecimento na negociação de compra da vacina Covaxin, produzida pela Bharat Biotech.

No depoimento, ele alegou ter sofrido pressão de superiores para assegurar a importação dessa vacina, cujo custo de aquisição foi superior ao de outras fabricantes.

De acordo com Randolfe Rodrigues, o irmão do servidor, o deputado federal Luis Miranda, procurou a CPI e se ofereceu para prestar depoimento.

Em declarações públicas recentes, o deputado afirmou que, no caso da compra da vacina da Bharat Biotech, há fatos ainda mais graves do que a pressão relatada por seu irmão.

ADIAMENTO

Outro depoimento na CPI que trataria das negociações para a compra da Covaxin, que estava marcado para quarta-feira, foi adiado para a próxima semana.

O depoente seria o empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, empresa que representa o laboratório Bharat Biotech no Brasil.

Em comunicado enviado à comissão nesta terça-feira, o advogado de Maximiano afirmou que o empresário retornou no último dia 15 da Índia e foi orientado a permanecer em quarentena.

A convocação de Maximiano havia sido solicitada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para que se esclareça os “exatos termos das tratativas” entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para a aquisição da Covaxin.

Segundo o vice-presidente da comissão, comunicar a impossibilidade de comparecer somente na véspera da data marcada foi um ato "deselegante" com a CPI, mas o adiamento não vai impedir as investigações e pode até ajudar.

“Há males que vêm para bem. Eu acho que até essa circunstância, pelo que nós vamos aprovar amanhã [quarta-feira], teremos mais conteúdo, muito mais material para ouvir o senhor Maximiano mais adiante”, declarou o senador.

Randolfe informou que, com esse adiamento, a agenda da comissão para esta semana passou por remanejamentos.

A expectativa é de que na quinta-feira (24) sejam ouvidos os depoimentos que estavam marcados para sexta-feira (25): os de Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional e representante do Movimento Alerta, e Pedro Hallal, epidemiologista, pesquisador e professor da Universidade Federal de Pelotas.

Os depoimentos do servidor do Ministério da Saúde e do deputado, caso sejam aprovados os respectivos requerimentos, podem ocorrer já na sexta-feira (25).


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