23 NOV 2024 | ATUALIZADO 10:26
SAÚDE
Cezar Alves, com informações da Tribuna do Norte
23/09/2022 17:05
Atualizado
23/09/2022 17:52

Bancada e Governo perdem 3 tomógrafos por insistir instalar em Natal, onde já existe

Quando foram informados pelo Ministério da Saúde que já haviam tomógrafos em excesso instalados em Natal, a Bancada Federal do Rio Grande do Norte e o Governo do Estado poderiam ter direcionado os dois aparelhos para a região de Mossoró, onde só existe um aparelho instalado. Só que optaram em insistir em instalar na Grande Natal e perderam os recursos.
Quando foram informados pelo Ministério da Saúde que já haviam tomógrafos em excesso instalados em Natal, a Bancada Federal do Rio Grande do Norte e o Governo do Estado poderiam ter direcionado os dois aparelhos para a região de Mossoró, onde só existe um aparelho instalado. Só que optaram em insistir em instalar na Grande Natal e perderam os recursos.

A celeuma sobre a perca de R$ 6 milhões por parte do Governo do Estado para comprar aparelhos de tomografia em Natal, revela um quadro revoltante, para quem mora no interior do Rio Grande do Norte. Se na região da Grande Natal, já haviam aparelhos instalados, porque a Bancada Federal e o Governo do Estado não enviaram os aparelhos para Mossoró e região?

A noticia do retorno dos 6 milhões para o Governo Federal, sem que o Governo do Estado tenha usado o valor para comprar aparelhos de tomografias, foi publicada pela Tribuna do Norte, tendo como fonte o deputado candidato a reeleição Benes Leocádio, que é o coordenador da Bancada Federal do Rio Grande do Norte, em Brasília.

A indignação é maior porque há mais de uma década não são destinados emenda de bancada para a  região de Mossoró, que sofre problemas graves nos serviços de saúde, de infraestrutura, falta de delegacias, batalhões, rodovias entre outras necessidades. A bancada é o Governo  tem destinado os recursos ano após ano somente para a região metropolitana de Natal.


Os aparelhos foram destinados para serem instalados nos hospitais Santa Catarina, em Natal; Deoclécio Marques, em Parnamirim; e Nelson Inácio dos Santos, em Assu. Os recursos foram assegurados no Orçamento Geral da União de 2021, tendo sido alocados pelas emendas de bancada. Não confundir com “emendas do relator” - orçamento secreto.

Só que ao ser informado dos fatos, o Ministério da Saúde vetou. Informou ao Governo do Estado, que neste caso, já haviam muitos aparelhos desta natureza instalados na região Metropolitana de Natal. Ao invés do Governo do Estado e a Bancada Federal destinar os recursos para regiões que não tem tomógrafos suficientes, como Mossoró e o Alto Oeste, atuaram junto ao Ministério da Saúde, insistindo para instalar os dois aparelhos na Região Metropolitana de Natal.

A consequência foi que a Bancada Federal e o Governo do Estado perderam os recursos na ordem de R$ 6 milhões, sendo motivo de críticas fortes do Conselho Regional de Medicina, dos candidatos a deputado, a senador e também ao governo do estado. Para as regiões que não tem aparelhos suficientes, o quadro é ainda mais revoltante. Porque não destinaram os recursos para comprar tomógrafos para a região de Mossoró?

Em Mossoró, poderia ser instalado no Hospital Regional Rafael Fernandes ou no Hospital Regional da Polícia Militar. Um ou noutro, seria fundamental em apoio ao aparelho instalado no Hospital Regional Tarcísio Maia, agilizando os diagnósticos de pessoas com câncer, pacientes com a covid19 e vítima de acidente, apresentando suspeitas de traumatismo de crânio.

Como só existe um aparelho de tomografia instalado no HRTM, este atende a demanda de todo o Oeste do Rio Grande do Norte, um público de aproximadamente 800 mil habitantes. Quando quebra ou é colocado em manutenção, os pacientes são enviados em ambulâncias para fazer tomografias em Natal, que já está com seus hospitais lotados.

No caso, terminou perdendo os recursos para os três aparelhos, ficando no prejuízo o Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos, em Assu. O diretor Alberto Luiz de Lima Trigueiro, lamentou o fato, acrescentando que sem o aparelho os pacientes com trauma na cabeça, por exemplo, estão sendo enviados para o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró.

CREMERN

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte, Dr. Marcos Jácome, analisa o quadro com muita preocupação. Segundo ele, existe uma demanda de diagnóstico reprimida e que os tomógrafos instalados iriam agilizar tratamentos, inclusive de extrema gravidade como vítimas de traumatismo craniano.

“Na prática existe uma demanda reprimida. Denota a necessidade de adequação da quantidade de Tomógrafos disponíveis para atender a todas as solicitações da nossa população. Infelizmente quando uma tomografia solicitada tem um longo tempo de espera pode retardar um diagnóstico e dificultar o tratamento, com possibilidade, inclusive, de aumento de risco de morte para alguns pacientes. Isso também se aplica para o atendimento privado”, declara o presidente do Conselho Regional de Medicina do RN (Cremern), Marcos Jácome.


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