A delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), além de agravar a crise política e reacender a pressão pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, trouxe a citação de pelo menos cinco colegas do Senado. Entre eles estão o tucano Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
De acordo com o que foi apurado pelo Jornal Folha de São Paulo e confirmado pelo O Globo, outros senadores citados na delação foram todos da cúpula do PMDB e já investigados em inquéritos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), como Edison Lobão (MA), ex-ministro de Minas e Energia, Romero Jucá (RR), segundo vice-presidente do Senado, e Valdir Raupp (RO).
Essa é a terceira delação premiada no âmbito da Lava Jato onde o principal nome da oposição e candidato derrotado nas últimas eleições, Aécio Neves, é acusado de corrupção ativa. O tucano mineiro já foi citado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo transportador de valores Carlos Alexandre Rocha. Contra Aécio, Delcídio detalha a atuação do tucano numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
O acordo de delação de Delcídio, firmado junto à Procuradoria Geral da República (PGR), ainda precisa ser homologado pelo STF, mais especificamente pelo ministro relator da Lava-Jato, Teori Zavascki. O senador petista prestou os depoimentos enquanto esteve preso preventivamente em Brasília.
Na semana passada, a revelação seletiva pela revista “IstoÉ” de trechos do esboço da delação teve forte repercussão política. O governo reagiu às acusações envolvendo a presidente Dilma Rousseff. A principal delas é que Dilma nomeou um ministro no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, para tentar obter a liberdade dos donos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht.