O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), começa a articular, nos bastidores, a aprovação de um plebiscito já para ser realizado nas próximas eleições, em outubro. A ideia seria consultar a populção sobre dois pontos: a antecipação da escolha de presidente da República, governadores e congressistas, e a alteração no sistema de governo.
“Eu, sinceramente, vejo com bons olhos essa coisa da eleição geral. Acho que se a política não arbitrar saídas para o Brasil, nós não podemos fechar nenhuma porta, deixar de discutir nenhuma alternativa, nem essa de eleição geral, nem a de fazer uma revisão no sistema de governo, e até identificarmos o que há de melhor no parlamentarismo e no presidencialismo”, afirmou Renan.
Aliados do senador peemedebista dizem que a defesa que Renan faz da realização das eleições gerais não é à toa. Segundo pesquisa interna de sua equipe, o senador estaria com 47% das intenções de voto para o Senado em uma nova disputa. Enquanto isso, Renan Filho, governador de Alagoas, teria votação suficiente para garantir sua reeleição.
"Antecipação de eleição presidencial é uma outra coisa. A tese da eleição geral que está sendo defendida, é uma tese mais ampla e pode significar uma resposta da política ao Brasil, que continua a demonstrar muita ansiedade neste momento. Eleição geral é eleição para todo mundo, e só é geral se for assim. ”, disse.
O coro para a antecipação das eleições começa a engrossar nos quatro cantos do Congresso Nacional. Deputados e senadores, tanto aliados como oposicionistas, começam a avaliar que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não vai ser aprovado no plenário da Câmara, mas apostam que a petista perde as condições de governabilidade do país.
Na contra-mão dessa nova tendência política, os principais caciques do Congresso, apesar dos acenos para a mídia e a população, tentarão conduzir o processo de impedimento de Dilma até o início do próximo ano e assim forçar as novas eleições para o Planalto de forma indireta, hipótese que daria ainda mais poder aos políticos chamados do alto clero do Legislativo.
Para que a antecipação das eleições gerais se torne uma realidade, será necessário a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), alterando o calendário eleitoral e as condições para que isso se torne possível na legislação brasileira.