Uma fragata grega em busca do avião desaparecido da EgyptAir encontrou dois grandes objetos flutuando em uma região do mar a 230 milhas ao sul da ilha de Creta nesta quinta-feira, disseram fontes da Defesa da Grécia.
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Os dois objetos parecem ser peças de plástico nas cores vermelho e branco. Elas foram vistas próximo de uma área onde um sinal de transponder foi emitido mais cedo, disseram as fontes.
A televisão estatal grega ERT noticiou informação similar, dizendo que dois objetos "de cor laranja" foram localizados na mesma área.
O voo da EgyptAir de Paris ao Cairo desapareceu dos radares pouco depois de deixar o espaço aéreo grego, e minutos depois de entrar no espaço aéreo egípcio.
Terrorismo
Vários cenários podem explicar o desaparecimento hoje (19) do avião A320, da Egyptair, que fazia a ligação entre Paris e a cidade do Cairo, mas especialistas dizem que um ataque terrorista é o mais provável. A França e o Egito têm sido recentemente alvos dos extremistas islâmicos.
De acordo com o site da Rede CNN, em sua versão em espanhol, é que a queda da aeronave egípcia realmente teria acontecido por um ato terrorista. "Pela mudança brusca na rota, onde o avião girou 90º a esquerda e logo em seguida, 360º à direita, é provável que os prováveis terroristas estivessem dentro da gabine do avião", informou o ministro da aviação do Egito.
Em outubro, o grupo fundamentalista Estado Islâmico reivindicou o ataque a um avião A321 da companhia russa Metrojet, que caiu no deserto do Sinai quando fazia o trecho entre a estância turística de Sharm el-Sheikh e São Petersburgo, matando 224 passageiros e a tripulação.
Argumentos
Segundo peritos, as possibilidades de uma avaria mecânica no caso do desaparecimento hoje do voo MS804 da EgyptAir são poucas. “Uma falha técnica grave – a explosão de um motor, por exemplo – parece improvável”, disse o especialista em aeronáutica Gérard Feldzer, destacando que o A320 em questão era “relativamente novo”, porque vinha voando desde 2003.
Trata-se de “um avião moderno, o acidente ocorreu em pleno voo em condições extremamente estáveis. A qualidade da manutenção e do avião não estão em causa neste acidente”, reforçou Jean-Paul Troadec, antigo diretor do Gabinete de Inquéritos e Análises para a segurança da aviação civil de França.
Troadec assinalou ainda que a EgyptAir “é uma companhia que está autorizada” a voar na Europa e “não está na lista negra”.
Os peritos consideram igualmente improvável que o avião tenha sido atingido do solo, como foi o caso do voo 17 da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia em julho de 2014, ou do mar, como ocorreu em julho de 1988 quando a marinha norte-americana fez explodir por engano um avião de passageiros da Iran Air.
O avião da Egyptair desapareceu a cerca de 130 milhas náuticas da ilha grega de Karpathos, o que o coloca fora do alcance dos lança-mísseis portáteis utilizados por vários grupos combatentes no Oriente Médio.
“Não podemos excluir a possibilidade de ter sido atingido por engano por outro avião, mas provavelmente já saberíamos”, disse Feldzer, adiantando que a região ao norte do Egito, incluindo as costas de Israel e da faixa de Gaza, é “uma das mais vigiadas do mundo, também por satélite”.
Se for determinado que se trata de uma bomba [que causou a tragédia], a questão para os investigadores será como é que o dispositivo foi levado para um avião que decolou do aeroporto mais movimentado da França, o Charles de Gaulle, em Paris, onde o alerta de segurança é elevado desde os ataques terroristas do ano passado na capital francesa.
“A primeira coisa a fazer é recuperar destroços que nos darão algumas indicações sobre o acidente, se houve uma explosão, pode haver talvez vestígio de explosivos", disse Troadec.