Todo mundo conhece as dificuldades de entrar em um curso de ensino superior, não é mesmo? Agora imagine as barreiras a serem enfrentadas para alcançar uma vaga em Medicina, um dos cursos mais concorridos do país!
Pois bem, a estudante Elayz da Silva, de 20 anos, precisou ralar muito para conseguir ingressar no mais novo curso da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), inaugurado nesta segunda-feira (18). Ela conta que dedicava até 50% do seu dia para se dá bem no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
“Desde que terminei o ensino médio, foram dois anos de cursinho. Eu também estudava em casa. Deixava lazer de lado para me preparar. Eu estudava até 12 horas por dia”, disse ela em entrevista ao MOSSORÓ HOJE.
(Foto: Josemário Alves / MH)
Elayz é um dos três estudantes que veio do Paraná buscar a realização do sonho de ser médica em Mossoró. Natural de Maringá, ela destaca que a paixão pela futura profissão começou durante o ensino médio, principalmente na disciplina de biologia.
“Foi no 1º ano. Eu me apeguei à disciplina de biologia e vi que era isso que eu queria”, destaca.
No dia 29 de março deste ano, quando viu seu nome na lista da segunda chamada, quase explodiu de felicidade. Tudo porque ela já tinha realizado mais de 20 vestibulares e não tinha conseguido alcançar o seu objetivo.
“Fiquei feliz demais. Foram muitas falhas e muitas derrotas, mas quando vi meu nome lá, foi uma realização imensa, não só para mim, quanto para meus pais. Agora todo dia 29 de março vamos fazer um bolo para comemorar”, brinca ela durante a entrevista.
Elayz foi a 16ª colocada na segunda chamada.
O ingresso em Medicina na Ufersa mudou não só a vida da paranaense, como também dos seus pais. Ao se mudar para Mossoró, ela trouxe a tiracolo os seus pais.
“Eles já tinham intenção em morar em João Pessoa/PB ou Natal, então com o resultado, foi só arrumar as malas e vir para cá”, explicou Elayz, acrescentando que eles são aposentados e, por isso, a facilidade em se mudar tão rapidamente.
Questionada sobre os planos para o futuro, a estudante respondeu que espera um ótimo curso e se tornar uma boa profissional na área. Ela elogiou a estrutura da Ufersa e fez questão de dizer que era um equipamento de ensino de alta qualidade.
“Uma das melhores universidades aqui do Brasil. Estou muito satisfeita”, concluiu.
O curso de Medicina da Ufersa é composto por 12 semestres letivos, com 9,5 mil horas. A primeira turma é formada por 17 potiguares, 5 cearenses, 4 paulistas, 3 paranaenses, 2 cariocas, 2 sergipanos, 1 pernambucano, 1 maranhense, 1 mineiro, 1 matogrossense, 1 capixaba, 1 goiano e 1 brasiliense.
Ao longo da graduação, os estudantes terão acesso à rede local de saúde voltada para a atenção primária.
(Foto: Josemário Alves / MH)
O modelo atende às diretrizes do Programa Mais Médicos, do Governo Federal, que prevê uma estreita relação entre a Universidade e a rede local de atendimento, conforme estabelece o Contrato Organizativo de Ação Pública em Ensino e Saúde – COAPES.
Para o professor e reitor da universidade, Arimatea de Matos, o início das aulas no curso de Medicina é uma conquista memorável para a Instituição.
“A chegada de Medicina na Ufersa amplia nossa perspectiva de Universidade a medida que implantamos um curso com rigor de excelência primando por uma expansão não apenas quantitativa, mas, sobretudo, com qualidade de ensino e pesquisa”, destaca.
Durante a aula inaugural realizada na tarde desta segunda-feira (18), ele fez questão de mencionar a recém conquista que a instituição obteve no curso de Direito, que alcançou primeiro lugar nacional em média de aprovação no exame da OAB, e brincou relacionando com Medicina.
“Nós queremos ser top, como fomos com direito”, concluiu Arimatea sendo aplaudido por todos que prestigiavam o evento.
(Foto: Josemário Alves / MH)