27 ABR 2024 | ATUALIZADO 20:04
VARIEDADES
Da redação
08/12/2016 13:20
Atualizado
14/12/2018 00:05

Casal gay adota adolescente que esperava há seis anos por um lar; "Ele foi feito pra nós"

Garoto foi encontrado aos 7 anos andando pelas ruas de Gurupi, em Tocantins. Casal soube da história e resolveu que era a hora de realizar o sonho da adoção
Arquivo Pessoal
Após ser abandonado pela família e passar mais de 6 anos na fila de adoção, em Gurupi, sul do Tocantins, um adolescente, de 13 anos, finalmente ganhou um novo lar. O garoto foi adotado e terá dois pais. Christian Sebastian, 24 anos, e Natalino Ferreira, 34, são de Maringá (PR). 

Juntos há mais de dois anos, eles contam que sempre tiveram vontade de adotar, independente da idade. Agora, os três vivem um sonho: "Deus fez ele para nós", comemora Natalino.

O paranaense conta que se casou com Christian em setembro deste ano. Logo depois, souberam da existência do adolescente, que vivia em um abrigo em Gurupi. O menino foi parar no local aos 7 anos após ser encontrado por policiais perambulando pelas ruas da cidade.

Na época, ele foi entregue ao Conselho Tutelar. O órgão disse que a mãe dele cumpria pena na Cadeia Feminina de Figueirópolis e expunha o filho à situações de risco e maus tratos. Por causa disso, ela perdeu a guarda do adolescente. O garoto, então, foi encaminhado para um abrigo em 2010. Desde então, nenhum membro da família se dispôs a reaver a guarda do menor, segundo a Defensoria Pública do Tocantins.

Durante seis anos, ninguém se interessou em adotar o adolescente. Até que, há 90 dias, o casal soube da história de vida dele através de um grupo nas redes sociais. Quem fez a divulgação foi a servidora do Tribunal de Justiça do Tocantins, Eliandra Souza. Ela soube do que havia acontecido com ele durante um trabalho de conclusão de curso do mestrado sobre adoção tardia.

"Quando eu soube da história dele, averiguei, entrei em contato com a coordenadora do abrigo e passei os meus dados", relatou Natalino.



Ele conta que tentou a adoção pela Justiça de Maringá, mas sem sucesso. Natalino, então, procurou a Defensoria Pública do Tocantins, que entrou com uma ação de adoção. Em pouco tempo, o casal obteve a guarda provisória, com o estágio de convivência por quatro meses.

"Eu pedi para a coordenadora do abrigo perguntar se ele queria ser adotado por um casal de homens. Ele respondeu: 'Obrigada Deus, eu pedi uma família'. Isso nos deu força", disse emocionado.

O adolescente se mudou com os novos pais para Maringá no domingo (4). Agora, os três vivem uma nova realidade. "Sem palavras, tudo está perfeito. Ele está feliz, eu vejo que há um brilho diferente no olhar. Nós ficamos acordados até tarde conversando, sorrindo. Eu perguntei se ele está gostando de ficar com os pais. Ele disse que nunca vai embora e que daqui nunca vai sair".

Natalino diz que antes de adotar, conversou com a psicóloga que atendia o adolescente. "Ela me disse que ele não sorria há muito tempo. E agora ele está dando gargalhadas com a gente. Estamos muito felizes com isso".

A coordenadora do abrigo, Licemara Cardoso, conta que o adolescente sofria muito por não ter uma família. “Ele sempre via as outras crianças sendo adotadas e se sentia rejeitado”.

Adoção 

Segundo o Cadastro Nacional de Adoção da Corregedoria Nacional de Justiça, estão acolhidas mais de 46 mil crianças com idade entre 0 e 17 anos  em todo o Brasil em entidades credenciadas.

Destas, 7.264 estão para adoção. As demais, em processo de destituição familiar ou em tentativa de reintegração.

Fonte: ​Jesana de Jesus/G1 TO

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