26 ABR 2024 | ATUALIZADO 12:53
VARIEDADES
Da redação
24/04/2017 14:02
Atualizado
13/12/2018 14:02

O que atrai um jovem a um desafio que leva à morte?

O MOSSORÓ HOJE conversou com a especialista Ana Laura Marques, que destacou a importância do diálogo entre pais e filhos na prevenção de "desafios" como o jogo da 'Baleia Azul'.
O que faz com que adolescentes e jovens dirijam a 150 quilômetros por hora? Ou tirar selfies em lugares perigosos que podem até levar sua morte? Ou seja mais extremista, chegando ao ponto de participar de um "jogo de roleta russa"? A psicóloga Ana Laura Marques, do Instituto Postura e Reabilitação, alerta que a fase da saída da infância e início da adolescência tende a ser de vulnerabilidade devido às mudanças físicas, hormonais e psíquicas, de um sujeito que deseja conquistar autonomia para suas escolhas.

Por conta disso, os desafios são cada vez mais tentadores para eles e, por sua vez, é aí que os pais devem ficar alerta aos sinais apresentados por eles.

Segundo a especialista, a novidade, a autoafirmação, o desafio, a transgressão das regras estão intimamente ligadas à adolescência, o que faz dos jovens um grupo de risco mais suscetíveis à participação em diferentes ações como rachas de automóveis, fazer selfies em lugares perigosos (correndo, efetivamente, risco de morte), participação em jogos mortais, entre outros.

“Os pais precisam se conscientizarem do seu papel ativo na educação dos filhos e prestarem atenção a comportamentos que não são saudáveis, entre eles: isolamento, tristeza por tempo prolongado, queixas frequentes de solidão, falta de atenção da família e conflitos nos relacionamentos. Buscar deixar de lado a tendência de sempre estarem mais predispostos a controlar os filhos do que realmente ouvi-los”, explicou a psicóloga.

Ana Laura explica que os pais devem ficar atentos para perceber tais mudanças de comportamento. Segundo ela, alguns sinais não são tão visíveis, por isso, a conversa entre pais e filhos é a melhor forma de prevenção de qualquer problema relacionado.

“É possível não perceber, pois essas mudanças de comportamentos podem ocorrer sutilmente. E há outro ponto importante: a crença em achar que em casa não vai acontecer. Muitos pais costumam negar, usam o mecanismo de recusa e também desculpas para “maquiar” as mudanças de comportamento dos filhos como, por exemplo: meu filho está diferente porque terminou um relacionamento, teve uma semana de prova cansativa, etc”, relatou.

A prevenção, segundo Ana Laura, é clara: os pais devem conversar com seus filhos desde os primeiros anos de idade. O diálogo cria um vínculo que se mantém na adolescência, e evita que casos extremos como o jogo “Baleia azul” tenham um efeito nocivo sobre o jovem. Mas, caso percebam o problema em casa, os pais devem conversar com o jovem explicando a situação, evitando fazer críticas diretas ou ameaças.

A participação no jogo como o “Baleia Azul” pode ter origem na baixa autoestima, em um caso de bullying na escola ou em desentendimentos familiares.

“Em resumo, é de extrema importância que se converse com os jovens. Proporcionar espaços para que se possa falar e ouvir, não apenas sobre “como foi na escola hoje”, nem mesmo apenas sobre assuntos sérios, como suicídio, mas sim que existam com frequência conversa com assuntos triviais do dia a dia (um filme assistido, uma matéria do jornal, um assunto ocorrido na vizinhança), possibilitando assim ajudar o adolescente a construir o seu próprio modo de ver o mundo”, enfatizou a psicóloga.

“O diálogo tem que existir SEMPRE, desde os filhos muito pequeno, não deve esperar chegar a adolescência”, conclui a profissional.

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