19 MAR 2024 | ATUALIZADO 22:55
MOSSORÓ
Da redação
30/06/2018 11:09
Atualizado
14/12/2018 02:42

Duas construtoras e a Caixa transformaram em pesadelo o sonho da casa própria de 1.264 famílias

Condomínios Paradise e Intercite foram erguidos no Sumaré pelas construtoras Paiva Gomes e Bibi, que sumiram, deixando os mutuários envidados e muitos deles sem ter onde morar
Está interessado em comprar uma casa para morar ou somente investir as suas economias? Muito provavelmente depois de pesquisar os quatro cantos de Mossoró, vai escolher o Alto de Sumaré, na zona sul de Mossoró-RN, por várias razões favoráveis a um bom negócio.

O primeiro ponto considerado como importante pelos especialistas no setor imobiliário é que a área urbana do Sumaré vendo sendo projetada (arquiteto Alexandre Lopes) desde 2009, seguindo precisamente todas as diretrizes do Plano Diretor da cidade.

Este crescimento ordenado proporciona aos imóveis desta região uma valorização natural ao longo dos anos, o que terminou por atrair construtoras ruins e boas. Duas delas transformaram o sonho da casa própria em pesadelo para centenas de famílias.

Os condomínios West Paradise (520 apart.), Condominio Clube (264 apart.) e Intercities Mossoró (480 apart.) foram iniciados nos anos de 2010 e 2011 e deveriam ter sido concluídos em 2013/2014, no entanto, 4 anos depois, não foram entregues, causando enormes prejuízos aos mutuários que investiram no sonho da casa própria através do Programa Minha Casa Minha Vida nestes dois empreendimentos.

A construtora Paiva Gomes era o responsável pelo West Paradise e Condomínio Clube e a Bib pelo Intercities. Os três empreendimentos tinham no comando a Caixa Econômica Federal, o que levou as famílias a acreditar, confiar e investirem suas economias no sonho da casa própria, hoje, pesadelo.



Os três empreendimentos tiveram grande sucesso comercial. Todos os apartamentos foram vendidos. O problema todo que gerou o pesadelo das 1.264 famílias, conforme construtores ouvidos pelo MOSSORO HOJE, pode ter sido venda dos apartamentos por valores abaixo do mercado, falta de habilidade administrativa das construtoras e/ou até mesmo má fé das construtoras. 

O MOSSORÓ HOJE conversou com as vítimas (que convidou o MOSSORO HOJE para conhecer os dois empreendimentos). Em sua maioria, as vítimas reclamam que investiram o sonho da vida delas, acreditaram na Caixa, e hoje vivem a frustração, em alguns casos, de não ter onde morar e ter filhos.

É o caso do vendedor autônomo Hadson Heber. Ele disse que investiu tudo que economizou para comprar o apartamento na Construtora Paiva Gomes e poder planejar ter filhos. "Uma decepção. Eu acreditei na Caixa, que tinha o nome da Caixa, mas fomos lesados", diz.

O que Hadson Heber falou sobre a Caixa, pode ser conferido AQUI e AQUI. Assista o que dizia o gerente da Caixa, o próprio diretor da Bib, Juan Miguel Pérez Filho, e também a felicidade das famílias comprando o empreendimento e falando da felicidade da conquista do sonho da casa própria.

A Paiva Gomes fez 520 apartamentos no West Paradise, sendo que deste total, 260 assinaram contratos com a Caixa Econômica Federal. Vendeu também 264 apartamentos do Condomínio Clube, que fica perto.

Com o dinheiro dos mutuários, a construtora e Caixa não entregaram os apartamentos, começando assim o pesadelo de centenas de mutuários que já dura mais de 4 anos.

Já a Construtora Bib era responsável pela construção de 10 blocos, com 48 apartamentos cada. 96 famílias assinaram contratos com a Caixa Econômica. Só que a construtora sumiu e a Caixa não concluiu o empreendimento. Os mutuários disseram que o proprietário da Bib, Juan Miguel Pérez Filho, foi morar nos Estados Unidos. Vive bem lá. Eles aguardam uma posição da Caixa.

O MOSSORÓ HOJE já havia denunciado, em 2016, este descaso com as famílias no West Paradise. Na ocasião, a Caixa se pronuciou e também a Paiva Gomes. A Paiva Gomes enviou documento ao MOSSORÓ HOJE. A Caixa informou que iria acionar a Justiça para tirar a Paiva Gomes do canteiro de obras.

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Com o golpe das duas construtoras, a Caixa assumiu o West Paradise, Condomínio Clube e o Intercities, que agora, segundo o advogado Eduardo Sousa, especialista em direito imobiliário, têm dois caminhos a seguir: concluir os empreendimentos ou distratar com todos que assinaram contratos.

"No caso, Cezar Alves, na primeira opção, a Caixa Econômica pode contratar outras construtoras, concluir os condomínios e entregar as casas aos mutuários que fecharam negócio de 2011 a 2014 nestes dois empreendimentos" explica advogado.

"A segunda opção é a melhor", acrescenta o advogado. Neste caso, a Caixa faz o distrato com os mutuários que assinaram contrato, devolve os valores investidos, deixando-os livres para comprar em outros locais, inclusive com financiamento da própria caixa.

"Cézar, destes 1.264 que acreditaram e investiram na compra destes imóveis, apenas aqueles que assinaram os contratos vão poder reclamar junto a Caixa. Os demais terão que reclamar junto às construtoras. Acionar a Justiça", explica o advogado Eduardo Sousa.

Em vídeo, o advogado diz que é possível ser feito.


 
As 1.264 famílias que compraram das duas construtoras/Caixa tiveram prejuízos triplos.

Além do que perderam com o investimento natural que fizeram, também estão pagando juros de obra, apesar da obra está parada há 5 anos, e estão impossibilitados de comprar casa pelo Minha Casa Minha Vida ou qualquer outra linha de financiamento da Caixa, em outro local. Destas famílias, aquelas que não têm casa de parente para morar, estão pagando aluguel ou morando dentro da casa de parentes.

 

Empreendimentos sérios e responsáveis do Sumaré



Na mesma região do Sumaré existem empreendimentos sérios, de empresários de Mossoró, que quem investiu com eles já está morando e comemorando o investimento feito.

São construtores sérios e responsáveis que já fizeram mais de 5 mil casas, entregaram as famílias e continuam no local construindo e garantindo a estrutura prevista nos contratos. É o caso da Casa Nova Construções (Contrel), de Marcelo Conrado, e a Repav, de Jorge do Rosário.

Nestes dois casos, as casas já foram entregues ou estão sendo, com as construtoras inclusive acompanhando e fazendo novos investimentos na infraestrutura da comunidade, promovendo assim o crescimento saudável do bairro, muito diferente das construtoras de fora que foram embora e deixaram centenas de mutuários no prejuízo.

A Casa Nova Construções, por exemplo, além entregar os imóveis com material de primeira qualidade, às vezes antes do prazo, investiu nas vias e acessos, deixando-as 100% pavimentadas. Também fez a manutenção e diz que vai continuar fazendo.

"Construímos e doamos à Cosern e a Caern toda a rede de energia (de alta, de baixa e de iluminação), e toda a rede de água e equipamentos necessários para um bom abastecimento. Executamos toda a terraplenagem e a drenagem, e ainda cuidamos de boa parte da limpeza e manutenção das vias e canteiros", ressalta o empresário Marcelo Conrado.

No geral, o MOSSORO HOJE constatou que o Alto do Sumaré é um bairro tranquilo; ventilado por ser um dos mais altos da cidade, com ótimo abastecimento de água, tendo dois poços profundos complementados pela adutora Jerônimo Rosado; e com acesso fácil para o Alto de São Manoel e para o complexo da abolição (av. do contorno duplicada).

É uma área de expansão imobiliária que fica "colada" na cidade, já contando com comércios e equipamentos comunitários. Os investimentos continuam o Sumaré. Está sendo erguido o Cidade Jardim 3, que vem a somar ao Cidade Jardim 1, o Monte Olimpo, entre outras construções de dezenas de casas, que estão transformando Sumaré em um bairro ótimo para se viver e excelente para se investir.

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