O Governo do Estado começou em Alcaçuz, na manhã deste sábado, 21, o trabalho de separação dos presos filiados ao Sindicato do RN dos presos filiados ao PCC. Está fazendo um muro de contêineres, de mais ou menos oito metros de altura. As máquinas e várias carretas com os contêineres já chegaram para iniciar as obras e o Pelotão de Choque entrou em Alcaçuz.
Na noite desta sexta-feira, dia 20, a jornalista Eliane Catanhêde, da GloboNews, informou que Brasília havia sido informada pelas autoridades do Rio Grande do Norte que havia uma grande vala dentro de Alcaçuz com dezenas de corpos de presos.
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Esta informação, no entanto, não é confirmada pelo Governo do RN, mas desde o início vem sendo cogitada pelos agentes penitenciários que trabalham no presídio e também por familiares e presos de Alcaçuz que fugiram e foram recapturados.
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Entretanto, quando os agentes de segurança do RN entraram no Presídio de Alcaçuz, saíram com 26 corpos, muitos deles mutilados, sem cabeças e braços. O Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) usou uma carreta frigorífico para retirar os corpos de Alcaçuz.
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O primeiro confronto em Alcaçuz aconteceu no final da tarde de sábado, dia 14, quando os presos do PCC, que estavam no pavilhão V e II, invadiram o pavilhão IV, onde estavam os presos do Sindicato do RN, e mataram a maior quantidade que conseguiram.
Depois do confronto, os presos do Sindicato do RN ficaram controlando os pavilhões I, II e III. Já os presos do PCC, ficaram nos pavilhões IV e V e trocando ameaças entre si de um novo confronto. A Policia Militar usando balas de borracha e bombas para evitar novo confronto.
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Na manhã deste sábado, dia 21, quando completa o oitavo dia que ocorreu o confronto entre facções dentro de Alcaçuz com 26 mortos, os presos foram vistos usando celulares e portando facas, inclusive em cima dos que restou dos prédios dentro do complexo de Alcaçuz.
O Governo do Estado deve começar ainda neste final de semana a separação, em definitivo, dos pavilhões I e II, onde estão centenas de presos do Sindicato do RN, do IV e V, onde estão os presos do PCC, ainda neste final de semana. Os prédios estão destruídos.
O governo chegou a declarar que iria fazer um paredão humano de policiais entre os presos, porém foi duramente criticado e desistiu. A meta agora é fazer um paliativo, que é colocar contêineres e fazer um muro de 8 metros de altura para separar os presos.
O governador Robinson Faria, em contato com a mídia nacional, declarou que o local que foi construído Alcaçuz, em 1998, foi impróprio, ou seja, em cima de dunas, o que teria facilitado muito os presos cavarem túneis e fugirem em diversas ocasiões.
Com a estrutura de Alcaçuz está totalmente destruída, a saída é construir outro presídio, num local que o solo não seja de areia, para mais de mil presos. Alcaçuz foi construída para 600 presos e segundo o secretário de Interior, Justiça e Cidadania, tem 1.500 presos.