29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
POLÍCIA
Da redação
03/12/2018 17:48
Atualizado
14/12/2018 08:14

Natalense acusado de matar o namorado ao lado do Tchê será julgado sexta-feira, 30, em Mossoró

Por ciúmes, Devson André usou um fio de carregador de celular para matar o namorado Dinarte Bezerra, auditor da Riachuelo, na madrugada do dia 21 de agosto de 2016, ao lado do Restaurante Thê, no bairro Nova Betânia
Na próxima sexta-feira, dia 30, o Tribunal do Júri Popular vai julgar, em Mossoró/RN, o natalense Deyvson André Silva Oliveira (25 anos), pelo assassinato, fraude processual, roubo e ocultação de cadáver do auditor Dinarte Bezerra da Silva Filho (36 anos quando foi morto), crime este ocorrido na madrugada do dia 21 de agosto 2016 no estacionamento do Restaurante Tchê, no bairro Nova Betânia, da capital do Oeste.

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A narrativa deste crime se assemelha a um filme de horror. O promotor de Justiça Guglielmo Marconi Soares de Castro, com base no que apurou o delegado Luis Fernando Sávio Eliezer dos Santos e a confissão do réu Deyvson durante a instrução do processo na Justiça, permitiu a construção de uma narrativa com riqueza de detalhes.

O auditor fiscal já namorava com o réu Deyvson havia mais ou menos sete meses. Na segunda quinzena de agosto, o auditor veio trabalhar na Riachuelo, em Mossoró, dirigindo um Fox preto. Se hospedou no Hotel Vila Oeste. No dia 20 de agosto de 2016, Deyvson alugou um Corola, em Natal, e veio ao encontro do namorado.

Junto com Deyson André, viajou a Mossoró o casal Isabel Cristina Costa, que é modelo, e o namorado dela, o fotógrafo Carlos da Silva França. Ao chegar em Mossoró, o casal juntamente com Deyvson se hospedaram no Hotel Vitória. O casal ficou no hotel e Deyvson foi se encontrar, às 22 horas, com o namorado Dinarte no Tchê.

Após jantar juntos, Deyvson e Dinarte seguiram para o Hotel Vila Oeste no Fox da vítima. Os dois ficaram no quarto do hotel até por volta das 3 horas da madrugada. Dayvson disse que fumaram maconha e beberam juntos. Saíram do hotel precisamente às 3h13. Voltaram ao Tchê, para Deyvson pegar o Corola e seguir para o hotel.

Ao chegar ao lado do Thê, Dinarte e Deyvson iniciaram uma discussão, motivada, segundo o réu, por ciúmes. A discussão evoluiu para agressões físicas. Deyvson pegou o carregador de celular, passou no pescoço de Dinarte e o matou dentro do carro. Em seguida pegou sua bolsa, os cartões de crédito da vítima e foi para o Hotel Vitória.

O corpo de Dinarte ficou dentro do Fox ao lado Tchê. Por volta das 10 horas do dia 21 de agosto, Deyvson e o casal Carlos França/Isabel Cristina tomaram café no Hotel Vitória foram para a Praia de Canoa Quebrada. Gastaram R$ 295,00, que foi pago com o cartão de crédito da vítima Dinarte Bezerra.

Por volta das 14 horas do dia 21, o réu Deyvson e o casal retornaram para Mossoró, encerraram a conta no Hotel Vitória (Deyvson pagou com o cartão de crédito de Dinarte Bezerra) e retornaram para Natal no Corola alugado, deixando para trás o corpo de Dinarte dentro do Fox ao lado do Restaurante Tchê, em Mossoró.

Ao chegar em Natal no início da noite do dia 21, Deyvson bolou um plano para sumir com o carro (Fox) e o corpo do namorado Dinarte em Mossoro. Chamou o irmão Matheus e a namorada dele de nome Márcia para viajar a Mossoró, lhe fazendo companhia. Explicou que era para não dormir no caminho.

Antes, porém, ele comprou um galão de gasolina e botou na mala do Corola, que havia sido alugado no dia 20, em Natal. A tática de trazer o irmão e a namorada dele conversando e não dormir no caminho, não deu certo. Deyvson dormiu ao volante e o Corola capotou na BR 304, perto da queijeira.

Aguardou até o dia clarear. Já era 22 de agosto. Fretou um taxi e veio ate Assu, aonde embarcou o irmão e a namorada de volta a Natal. Ele seguiu viagem para concretizar, em Mossoró, o seu plano e, assim, talvez se livrar da prisão. Não teve como trazer o galão de gasolina que havia comprado em Natal.

A gasolina ficou ao lado do Corola acidentado na BR 304. Em Mossoró, Deyvson narra que entrou no Fox (estava com as chaves), empurrou o corpo de Dinarte Bezerra para o banco trazeiro e seguiu viagem com destino a Natal pela BR 304. Quando chegou em Santa Maria, entrou numa rodovia estadual com destino ao litoral.

Ao chegar no município de Itaipu, numa regiao pouco habitada, Deyvson cavou uma cova e enterrou o namorado Dinarte Bezerra. Depois seguiu viagem até a cidade de Bento Fernandes e abandonou o Fox da vítima. Tomou num carro de linha e foi embora para seu apartamento em Natal.

Pagou o aluguel do Corola com o cartão de Dinarte. Sacou dinheiro e fez várias outras compras com o cartão de crédito do namorado.

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A esta altura, familiares e amigos de Dinarte Bezerra já estavam desesperados. Enquanto isto, a polícia civil seguia as pistas deixadas pelo assassino. Praticamente refez o caminho percorrido por ele, inclusive documentando os gastos feitos no cartão de crédito da vítima, que somados são precisamente: R$ 5.147,06.

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A Polícia Civil fechou o certo. Já havia certeza da participação de Deyvson André no crime. Faltava os detalhes. A irmã da vítima solicitou que Deyvson devolvesse os cartões de crédito de Dinarte Bezerra. Quando da entrega, Deyvson foi preso e conduzido para prestar esclarecimentos a policia.

A princípio, o réu negou ter cometido o crime, roubado o cartão de crédito, ocultado o cadáver, cometido o crime de fraude processual. Entretanto, depois de algum tempo, Deyvson decidiu por confessar o crime. Mostrou o local que o corpo estava enterrado aos policiais da Delegacia de Furtos e Roubos de Mossoró-RN.

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O caso foi encerrado. O processo seguiu ao Poder Judiciário, que abriu vistas ao Ministério Público Estadual, para que fosse feitas as considerações cabíveis. Teve início a instrução do processo. Deyvson decidiu, então, abrir o jogo. Contar tudo. O fez na frente do juiz, do advogado, testemunhas e o promotor de Justiça.

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O processo seguiu para a 1a Vara Criminal. Nas mãos do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros terminou pronunciado para julgamento popular. Deyvso senta na próxima sexta-feira, dia 30, no banco dos réus, para responder pelo crime de assassinato, roubo, ocultação de cadáver e fraude processual.

O MOSSORÓ HOJE vai acompanhar o julgamento, que terá na presidência dos trabalhos o juiz Vagnos Kelly. As exposição dos fatos ao Conselho de Sentença será feita pelo promotor de Justiça Italo Moreira Martins. Uma poderosa banca de advogados de Natal está habilitada para atuar em defesa dos interesses do réu.

O julgamento deve começar precisamente às 8h30.

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