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MOSSORÓ
Da redação
18/10/2016 14:27
Atualizado
13/12/2018 05:34

Hospital Maternidade Almeida Castro amplia número de leitos de UTI neonatal de 7 para 18

Medida da Junta de Intervenção na APAMIM atende as novas determinações da Justiça Federal para o Hospital Maternidade Almeida Castro ampliar a prestação de serviços de obstetrícia na região de Mossoró
Cézar Alves/MH
A Junta de Intervenção na Associação de Assistência e Proteção a Maternidade e a Infância de Mossoró-APAMIM, espera concluir nas próximas semanas as adequações no Hospital Maternidade Almeida Castro para receber os serviços e a estrutura do Hospital da Mulher, que o Governo do Estado informa que está fechando por não ter recursos para mantê-lo. Nesta segunda-feira, 18, foi efetivado a ampliação do número de leitos de UTI neonatal, que saiu de 7 para 18.

Os novos leitos já estão em funcionamento.


Na prática, o Hospital da Mulher está sem fazer partos desde o início de setembro deste ano. Desde de então todas as grávidas da região estão sendo levadas para a Maternidade Almeida Castro, que teve que rever todo o seu planejamento de reestruturação para atender todos os partos da região. O primeiro passo foi a chegada dos médicos.

A coordenadora da intervenção, Larizza Queiroz, explica que a reestruturação do Hospital Maternidade Almeida Castro está sendo feito por partes, com recursos do SUS e em parceria com a Prefeitura de Mossoró. Nos primeiros dois anos, já foi possível abrir 170 leitos, proporcionando ganhos reais a população de Mossoró e região.


Em vídeo, uma síntese do trabalho de 2 anos de restruturação da Almeida Castro:

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O trabalho da Junta de Intervenção, no entanto, ainda está longe de ser concluído. Quando o governo do Estado decidiu por otimizar os serviços de saúde no Estado, começando por Mossoró, todo o planejamento financeiro da Junta de Intervenção para o funcionamento do Hospital Maternidade Almeida Castro teve que passar por adequações.

E este aumento substancial nos gastos com o funcionamento do Hospital Maternidade Almeida Castro já vinha ocorrendo desde o início de 2016, com sucessivas paralisações dos serviços do Hospital da Mulher, ora por falta de salários e as vezes por falta de material.

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A última paralisação dos serviços do Hospital da Mulher, no início de setembro, levou, assim como em ocorrências anteriores, levou ainda mais preocupação da Junta de Intervenção, que pediu reforço de médico do Governo do Estado para atender as mulheres em trabalho de parto. O quadro foi apresentado ao juiz Orlan Donato, da Justiça Federal. No dia 22 de setembro foi feito uma inspeção judicial no Hospital Maternidade Almeida Castro.

O juiz Orlan Donato elogiou o trabalho de reestruturação física da Maternidade Almeida Castro, assim como o empenho da Junta de Intervenção a resolução de problemas jurídicas e contáveis, respectivamente através da assessoria do advogado Gustavo Lins e do contador Erisberto Conrado, da Acerte Contabilidade e Consultoria.

Estando Inclusive o trabalho da Junta de Intervenção na APAIMIM de reestruturação do Hospital Maternidade Almeida Castro inscrito no Prêmio Innovare, do Conselho Nacional de Justiça/Supremo Tribunal Federal. O consultor do Prêmio Innovare,Reginaldo Medeiros, já inspeciou o trabalho da Junta de Intervenção. Veja AQUI.

Para esta audiência cooperação judicial no dia 28 de setembro, além da Prefeitura Municipal, que estava bancando sozinha todos os partos da região (55% são de outros municípios), intimou também o Governo do Estado, na pessoa do Secretário Estadual de Saúde George Antunes, e os autores de ações trabalhistas e também civis contra APAMIM.

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Conforme a interventora Larizza Queiroz, o Hospital Maternidade Almeida Castro já tem espaço, médicos e enfermeiros para atender a demanda, porém, foi preciso projetar e fazer adequações para ampliar estes espaços e tornar o trabalho dos profissionais mais confortável, atendendo recomendações dos conselhos de medicina e enfermagem.

A primeira adequação foi transformar a UTI pediátrica que já estava pronta e equipada para funcionar com 10 leitos numa estrutura de UTI neonatal para funcionar com 18 leitos, podendo chegar a 19. Este trabalho já foi concluído e os bebês transferidos. O próximo passo será transferir a UTI neonatal intermediária para local onde funcionava a UTI neonatal.

A sala onde funcionava a UTI Neonatal Intermediária será reformada e agregada ao Centro Obstétrico, permitindo assim mais espaço e mais conforto para as mães terem seus bebês.

Com esta adequação de espaços, a Maternidade Almeida Castro passa a ter 18 leitos de UTI Neonatal, mais 7 de UTI Intermediária e outros 18 de UTI intermediária Canguru, somando ao todo são 43 leitos de atenção especial aos recém-nascidos, principalmente prematuros que nascem com baixo peso. Estes só saem da maternidade quando tem o peso ideal.

"Estes setores são vitais para salvar a vida das crianças que nascem antes do tempo e/ou com baixo peso", destaca a interventora Larizza Queiroz (à direita), acrescentando que o juiz federal Orlan Donato atestou pessoalmente em inspeção judicial e através relatórios os avanços alcançados nos últimos 2 anos no Hospital Maternidade Almeida Castro. 

Para o Poder Judiciário, o trabalho da Junta Interventora prova que é possível os serviços de saúde funcionar com recursos do SUS. Destaca ainda que o modelo de gestão implantado no Hospital Maternidade Almeida Castro já é modelo para outra intervenção no Estado e que a decisão na Audiência de Cooperação realizada no dia 28 de setembro é a primeira no País.

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