Quando presos do Primeiro Comando da Capital mataram com requintes de extrema crueldade 4 membros da facção criminosa Sindicato do RN, na Cadeia Pública de Caraúbas, tive a certeza, naquele momento, lá dentro, que havia algo muito grave no sistema prisional do Rio Grande do Norte desconhecido da população e mais ainda das autoridades.
Mas, porém, não se trata de um desconhecimento geral puro e certo. Na verdade, as pessoas e as autoridades sabem, mas fingem não saberem. É como aquele ditado popular que diz: “o que acontece entre quatro paredes não se comenta”. É o caso. Levam isto a cabo! As pessoas e as autoridades não falam mesmo! Preferem ignorar uma realidade nua, crua, e, eu acrescento, cruel, e não estou falando das condições imunda que os presos vivem no que o ESTADO classifica como presídio.
Estou me referindo a situação de terror que vivem hoje os cidadãos de bem, dentro de suas casas com muros de 4 e até 5 metros de altura, cercas de arame farpado, alarmes e cães ferozes. Carro blindado era coisa de filme Hollywood e hoje é realidade nas ruas de Mossoró. O cidadão de bem vive em situação de terror, para sair e chegar no que ele ainda chama de casa, mas que na verdade é um verdadeiro presídio.
E sabem porque vivemos em situação de terror, em presídios que chamamos de casa? Simples: porque pegamos quem não presta na rua, deixamos cem vezes pior nos presídios, soltamos na sociedade e, acreditem, chamamos isto de segurança pública. É exatamente isto que sabemos sobre os presídios, mas ficamos em silêncio, chocando “ovo de serpente”.