Assaltar Correios no Rio Grande do Norte virou rotina e não é uma prática delituosa que surgiu agora. Vem de muito tempo, sem que a superintendência do Correios e o Governo do Estado encontrem uma fórmula de evita-los.
Evitar, inclusive mortes e mais mortes de pais de família durante estes assaltos. Vou citar alguns, só para lembrar ao amigo ouvinte algumas ocorrências e suas particularidades sangrentas que ocorreram no interior do Rio Grande do Norte nos últimos 2 anos.
No final da manhã do dia 24 de abril de 2014, Arni Praxedes de Melo, de 55 anos, morreu após ser baleado por assaltantes no Correios em Patu, onde era o gerente.
No final da manhã do dia 15 de julho de 2014, Kleber Márcio Freire da Silva, de 30 anos, foi morto por assaltantes no Correios de Paraú, onde era o vigilante.
No início da tarde do dia 11 de novembro de 2014, o soldado PM Alexandro de Oliveira, de 36 anos, entrou no Correios de Major Sales e foi morto por assaltantes.
Esta sequência funesta e interminável de assaltos seguidos de assassinatos de pessoas de bem continua no Rio Grande do Norte e estados vizinhos.
No final da manhã desta terça-feira, dia 4 de novembro, a cena se repediu, como de fato tem se repetido, no Correios de Fernando Pedrosa, região Central do Estado.
Desta vez o baleado não era um pai de família. Era, na verdade, um assaltante natural de São Gonçalo do Amarente, que disse se chamar Arle.
Ele revelou a Polícia Militar, quando era socorrido para o Hospital de Angicos, que veio assaltar em Fernando Pedrosa porque ouviu dizer que era fácil.
Neste ponto, o assaltante está coberto de razão. Quase todos os dias registro assaltos a Correios em algum lugar do Rio Grande do Norte em meu Twitter @cezaralves
Como a Polícia Militar pode evitar que Correios sejam assaltados com tanta frequência no RN, é o que o repórter Josemário Alves aqui me pergunta?
Resposta: a Polícia Militar, assim como o jornalista Thurbay Rodrigues, não trabalha com futurologia, não tem bola de cristal para se antecipar e, de surpresa, evitar que o assalto aconteça com o mínimo de segurança aos agentes de estado.
Entretanto, convido o amigo ouvinte a uma reflexão. Porque estas quadrilhas não atacam postos de combustíveis, que também tem dinheiro “vivo” em caixa, com a mesma frequência que se ataca Correios?
O que tem nos postos de combustíveis que tanto afugenta assaltantes e que o Correios não pode adotar como medida de segurança para não ser assaltado?
Antes de anunciar a resposta é necessário fazer uma observação. Tanto o posto como o Correios têm a figura do vigilante presente.
O segredo, por consequência, é o posicionamento do vigilante em relação a porta de entrada da agência, que permita surpreender o assaltante e não ser surpreendido.
Ou seja, o segredo não é segredo. Talvez seja só uma indisposição do Correios em fazer o que o posto faz.