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Retratos do Oeste
13/01/2016 10:56
Atualizado
14/12/2018 05:35

A história do vendedor de picolé e o potiguar que comoveu o norte do Brasil

Picolezeiro foi comprar um terreno de R$ 54 mil dando uma entrada de R$ 1,8 mil em pratas e o dono da imobiliária, ao ouvir sua história, deu o terreno a ele

O picolezeiro Oseas Robson dos Santos, de 31 anos, de Boa Vista, Roraima (RR), comoveu o norte do País com sua persistência e força de vontade, ao passar 14 meses juntando o que ganha vendendo picolé para dá entrada na compra de um terreno de R$ 54 mil.

O que o picolezeiro não imaginava é que, ao contar como fez as economias, sua história de vida, para o empresário natural do Rio Grande do Norte Erasmo Sabino de Oliveira, dono da imobiliária, iria ganhar a quitação total do terreno e receber suas economias de volta.

O negócio foi fechado sexta-feira, dia 8 de janeiro da semana passada através do corretor Valmir Amaral. Ao G1 de Roraina, Valmir contou que foi com Oseas Santos olhar o terreno. O picolezeiro gostou e quis saber se podia pagar em moedas. A resposta foi sim.

O próprio corretor ajudou o picolezeiro a levar as moedas num galão de gasolina e num saco para a corretora. Na corretora, Erasmo Sabino, que é de Eguador/RN, quis saber como ele conseguiu juntar R$ 1.800,00 em moedas para dá entrada na compra do terreno.

"Foi a venda mais feliz da minha vida. "Posso pagar em moedas?" Respondi que sim, quando ele chegou com um saco plástico e um bujão pesando mais de cinco quilos cheio de moedinhas, a emoção tomou conta de mim", conta Erasmo Sabino no Facebook, transcrito no G1/RR.

Oseas Santos contou que estava há 14 meses fazendo e vendendo picolés na periferia e zona rural de Boa Vista, lucrando diariamente média de R$ 40,00. Contou que mora de favor na casa do amigo José Barbosa dos Santos, que o tem como pai, e que iria trabalhar agora para pagar as prestações e construir a casa para morar com a noiva.

O picolezeiro contou ainda que faz os picolés num maquinário emprestado e que percebeu que poderia aumentar o faturamento indo a zona rural de Boa Vista, pois não havia concorrência e começou a atuar. Para tanto, usa uma moto emprestada. O faturamento é em moedas. O lucro é guardado num galão de plástico.

O negócio foi fechado na tarde de sexta-feira, dia 8 de janeiro, e todos foram para suas casas. O empresário Potiguar relatou o fato no Facebook e postou uma foto ao lado do picolezeiro. A repercussão foi enorme. No sábado, 9, pela manhã, diante de tantos comentários, curtidas e compartilhamentos, o empresário amadureceu a ideia de doar o terreno.

"O Brasil se solidarizou com essa história. E hoje [sábado, 9], acordei me perguntando:  por qual motivo não doaria o terreno para ele? Deus me deu condições de ter empreendimentos e uma boa situação de vida. Decidi doar o lote porque estou beneficiando uma pessoa de bem, trabalhador humilde", conta o empresário ao G1/RR.

A repercussão aumentou com a doação do terreno e a devolução dos R$ 1.800 em moedas ao picolezeiro e outros brasileiros de vários estados também se prontificaram para ajudar doando inclusive dinheiro. O empresário Erasmo Sabino disse que levou Oseias ao banco nesta segunda-feira, 11, e abriu uma conta para ele receber doações.

“Fizemos a nossa parte, devolvemos as moedas e doamos o terreno e vc também pode contribuir com o Oseas Robson Dos Santos a construir a sua sonhada casa depositando em:”, escreveu o empresário em sua rede social.

Agência - 0653

Conta- 51345 - 0

Operação - 013

CPF - 834565032 - 53

Caixa Econômica Federal

Oseas Robson dos Santos

Os amigos do empresário Potiguar Erasmo Sabino, escreveram em suas redes sociais que não ficaram supressos com a doação do terreno. Informaram que Erasmo é assim mesmo. Os funcionários da imobiliária de Sabino também não se mostraram surpresos. É rotina.

A história do picolezeiro e o ato do empresário virou notícia em todos os veículos de comunicação do Estado de Roraina e de outros estados também.

O picolezeiro, com sua história bonita, exemplar, ganhou o terreno e está recebendo doações para construir a casa.

O empresário, com seu ato humano, abriu as portas do mercado para o seu negócio imobiliário de forma espontânea.

Com informações do G1/RR

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