Chamou atenção durante toda a votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma a frieza do deputado Eduardo Cunha (PMDB). O parlamentar, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, parecia não se importar com os adjetivos nada carinhosos aos quais era submetido pelos colegas deputados.
Alvo
Ladrão, corrupto, gângster, inquisidor. A cada novo “elogio”, Cunha conduzia com ainda mais tranquilidade, pelo menos aparente, a sessão que autorizou o Senado Federal a dar continuidade ao processo de Dilma. O deputado chegou, inclusive, a esboçar alguns irônicos sorrisos. Há de se reconhecer que Cunha, próximo “vice” presidente da República, caso o impeachment se concretize, supera-se a cada dia em demonstrações de força e poder.
Vergonha mundial
A histórica sessão da Câmara também ficará marcada como um momento em que o Brasil se expôs para o mundo de maneira vergonhosa. Nossos representantes no Congresso (há exceções, obviamente), tornaram o espetáculo, deprimente por si só, ainda mais repugnante. “Pela minha mãe, pelo meu pai”, foi uma das justificativas mais ouvidas durante a votação. Pelo amor de Deus!
O RN na votação
Dos oito deputados potiguares, apenas Zenaide Maia (PR) votou contra a continuidade do impeachment. Ela justificou seu posicionamento afirmando que seu voto era a favor das políticas sociais e que Michel Temer e Eduardo Cunha não são a solução para o Brasil.
O RN na votação II
O voto de Zenaide já vinha gerando discussões. Setores da oposição atribuíram a posição da deputada à nomeação do seu irmão, João Maia, para a vice-presidência de Operações do Banco do Brasil. Toma lá dá cá?