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Retratos do Oeste
01/06/2016 07:53
Atualizado
13/12/2018 22:03

Vingança: o sentimento que move o crime contra a vida

Se o perdão une, a vingança separa. O primeiro proporciona a vida e o segundo a morte

Entre os sentimentos que alimentam a alma do homem, a vingança talvez seja o mais triste. É o inverso do sentimento do perdão, que proporciona a vida saudável em sociedade.

Se o perdão une, a vingança separa. O primeiro proporciona a vida e o segundo a morte.  

No atual cenário brasileiro, a vingança se destaca nos crimes contra a vida. São mais de 55 mil Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) 1 por ano, a maioria movida por vingança.

Só este ano, o Rio Grande do Norte já registrou mais de 700 CVLIs em seus 167 municípios. Em Mossoró, o cenário é de horror e sangue. Este ano de 2016 já mataram 110 pessoas.

Estes dados são da Coordenadoria de Estatísticas e Análises Criminais, da Secretaria Estadual de Segurança e Defesa Social, e é alimentado com 13 fontes distintas.

Para compreender melhor este cenário predominante no seio social, destacaremos o caso do jovem que foi morto a tiros perto do Museu Lauro da Escócia em Mossoró.

Este crime ocorreu no dia 16 de janeiro de 2016. Vitor Hugo da Silva, de 19 anos, morava no bairro Ilha de Santa Luzia e havia ido comprar drogas no bairro Paredões.

Vitor Hugo retornava para casa na Ilha de Santa Luzia pedalando uma bicicleta, a qual comprou com o seu trabalho, quando foi abortado por dois homens de moto e executado friamente.

Posteriormente a Polícia Civil descobriu que Vitor Hugo havia sido assassinado por Diego de Sousa Pontes Tardele, de 22 anos, já processado por tráfico e homicídios.

Diego Tardele terminou preso.

Veja AQUI.

Diego Tardele, na companhia de um comparsa, teria matado Vitor Hugo porque este comprou drogas ao concorrente Chiquinho (Francisco Ferreira Viana, 37 anos) e não a ele.

Chiquinho teria pedido explicações a Diego Tardele sobre este crime e levou um tiro na cabeça. Destas duas mortes estúpidas, outras seis foram geradas em Mossoró.

Veja mais AQUI.

Há quem prefira de uma forma simplista e errônea, relacionar estes crimes ao tráfico de drogas. Discordo. Antes das drogas, veio a pessoa que optou por viver com ela.

A droga não escolhe o cidadão e sim o contrário. Na prática, a escolha do cidadão por usar drogas já é uma anomalia e ele o faz ciente do que pode ocorrer.

O discurso de que os crimes são consequências das drogas vem do Estado, exatamente quem deveria coibir em sua origem, com investimentos paliativos.

O Estado deveria investir em políticas públicas para fortalecer a estrutura familiar, a primeira e mais importante instituição na formação do indivíduo.

A segunda instituição que o Estado deveria investir para reduzir os crimes, era a Educação. É preciso escolas em locais amplos e bem estruturados para funcionar em tempo integral.

Nesta escola, a criança apreende a ler e escrever no horário da manhã e a tarde uma profissão, pratica esportes e desenvolve atividades culturais, tudo isto num ambiente sadio.

Associado a estas duas medidas, o Estado poderia apoiar, com mais força, atuação das igrejas junto às famílias, no sentido de fortalecer a relação de paz no seio social.

Até mesmo porque não existe uma vida saudável em comunidade sem o sentimento nobre do perdão.

 

1 - CVLI – Crimes Violentos Letais e Intencionais, ou seja, engloba tudo, inclusive mortes em confronto com a policia, legítima defesa, entre outros.

Notas

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