Fiquei triste em ver poucos representando o futebol local no revezamento da Tocha Olímpica pelas ruas da cidade de Mossoró/RN. E Deus sabe o quanto foi difícil abrir vaga para Cícero Ramalho.
Mas antes de receber as “pedradas” por reclamar da ausência de representantes do futebol local, peço a gentileza de acompanhar o meu raciocínio.
Veja bem: de quase 60 pessoas, apenas Cícero Ramalho! Vi ciclistas, lutadores de artes maciais, e gente que tenho certeza que odeia práticas esportivas.
Talvez entre os condutores da Tocha, o que mais me agradou, além de Cícero Ramalho, foi Antônio Francisco, um poeta dos bons, com vários livros publicados e muito respeitado na literatura de cordel. E isto sem nenhum demérito aos demais 57 condutores.
Compreendo que os patrocinadores tinham suas indicações, pois eles que procurassem indicar feras do esporte mais amado e praticado no Brasil: futebol, em Mossoró. Era o certo, o justo, seria bom para os dois lados. Para o atleta de futebol aposentado ou em atividade, certamente seria honroso. Um belo reconhecimento. Para o patrocinador, um retorno certo.
Tenho certeza que Nildo Galvão, Erivan, Márcio Cardoso, Janio Guerreiro, Márcio Mossoró, Marquinhos Mossoró, Paulo Junior, Sérgio Cabral, Max Freitas, a lenda Odilon, Zácome, Onesimar Carneiro, entre tantos outros se tivessem sido convidados pela Coca Cola, Bradesco, Correios, etc, etc, etc, teriam dado um brilho especial a marca e a festa.
Ah, mas a Prefeitura de Mossoró poderia indicar 5 ou seis condutores da Tocha Olímpica, por também ter incluído cota de patrocínio, e entre estes um jogador de futebol. No entanto (fui ver lá), eram tantos querendo conduzir a tocha (entre os pedintes insistentes nem um do futebol), que o Francisco José Junior ficou numa sinuca de bico. Se escolhesse um, levava patada do outro. E levou.
Já no segundo tempo, como se diz na linguagem futebolística, o nome de Cícero Ramalho foi incluído na lista da Prefeitura por indicação da Câmara Municipal. As grandes companhias que patrocinam as olímpiadas deveriam ter aberto espaço, e um pouco de suas cotas milionárias, para atletas do futebol mossoroense. Seria justo, certo e com retorno garantido.
Fui registrar a chegada da tocha olímpica em Mossoró. Me esforcei para fotografar em três locais de revezamento da tocha e em todos saí triste. Queria sim ver um mossoroense da gema ou aqui amado, espelho de tantos e tantos jovens a prática de futebol na Terra de Santa Luzia, conduzido a tocha e sendo aplaudido.
Definitivamente, pela quantidade de condutores da tocha, quase 60, pelo menos 5 poderiam ser representando o futebol de Mossoró, patrocinado pelas grandes companhias que financiam os jogos Olímpicos no Brasil.
Ouvi vozes dizendo que esta cota de patrocínio que a Prefeitura pagou aos organizadores das Olimpíadas no Brasil foi dinheiro perdido. Engano. Foi dinheiro muito bem investido. Ótimo para a imagem de Mossoró. Uma grande festa nas ruas de Mossoró. Algo inédito, como bem frisou dona Maria de Jesus Aguiar, de Catolé do Rocha, que mora em Mossoró.
É o que penso.
Agora pode descer a lenha.