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Entrevista
Da redação
10/07/2015 17:05
Atualizado
13/12/2018 00:06

Eles tinham Felipe Guerra como um curral , diz prefeito Haroldo Ferreira

Gestor diz que assumiu o município Felipe Guerra quebrado, sem nada, organizou a questão tributária, fez reforma administrativa e hoje, mesmo diante de uma crise econômica grave em todos os municípios no Brasil, tem cerca de R$ 10 milhões em obras sendo executadas e R$ 1,6 millhão em caixa. Em A ENTREVISTA, Haroldo Ferreira conta o segredo.
Josemário Alves

Em A ENTREVISTA, o prefeito Haroldo Ferreira de Morais, de 52 anos, do município de Felipe Guerra, conta como em tempo de crise econômica internacional e nacional consegue tocar mais de R$ 10 milhões em obras de infra-estrutura e ter em caixa um fundo de reserva de R$1,6 milhão.

O município de Felipe Guerra tem 5.994 habitantes (estimativa do IBGE em 2014) distribuidos numa área de 268.427 metros quadrados e está localizado na região Oeste do Rio Grande do Norte. Fui fundado no dia 18 de setembro de 1963 entre os municípios de Apodi, Caraúbas e Governador Dix Sept Rosado.

Com densidade demográfica de 22,33 habitantes por quilômetro quadrado, Felipe Guerra teve seu povo enfrentando sérias dificuldades em função de uma série de gestões desastrosas, onde foram comprovadamente desviados milhões dos cofres públicos de forma escancarada.

O atual gestor Haroldo Ferreira, quando assumiu o comando do município no dia primeiro de janeiro de 2013, o encontrou sem qualquer registro, salários atrasados, o então gestor afastado por acusações graves de desvios de recursos públicos e um completo descaso com a estrutura de saúde e educação.

"Eles tinham Felipe Guerra como um curral", declarou o prefeito Haroldo Ferreira, em A ENTREVISTA que segue.

 

Qual sua história na política?

Eu tinha um primo chamado Paulinho Canapum, que já vivia no meio político. Ele era filiado ao MDB. Naquela época, era o ícone. Ele já era oposição ao sistema. Eu criança, fui crescendo, admirando e alimentando o sonho de também contribuir com minha cidade. Nasceu assim.

 

Mesmo muito jovem você teve uma experiência negativa. Perdeu uma campanha, foi isto?

Desde muito jovem eu participava. Mesmo muito jovem eu já participava. Em 1980 eu fui candidato a vereador. Não tive êxito. Perdi a campanha. Ai realmente fiquei um tempo afastado. Não participando ativamente dos pleitos. Mas fiquei nos bastidores ajudando a oposição, não como candidato, mas como colaborador e/ou abnegado, mas no papel de quem queria poder contribuir com o melhor para Felipe Guerra.

 

Em 2008, o senhor voltou a ser candidato, sendo que desta vez como vice-prefeito?

É. Em 2008, fui candidato a vice-prefeito na chapa de Dr. Canindé. Não obtivemos êxito. Aí eu permaneci fazendo um trabalho e terminei por viabilizar meu nome para ser candidato à majoritária em 2012.

 

O senhor assumiu a Prefeitura de Felipe Guerra num período que não sabia quem trabalhava. Aliás, salários atrasados e graves denúncias de corrupção. O município na época estava com problemas cadastrais em todos os órgãos de fiscalização. Como o senhor reergueu a gestão pública em Felipe Guerra?


Olhe, Cézar Alves, você foi um grande colaborador do processo de mudança de Felipe Guerra. Aquele seu trabalho de investigação, de jornalismo investigativo, contribuiu e muito com a esta mudança que estamos vendo em Felipe Guerra. Você contribuiu com a sociedade felipense, que hoje tem os serviços que precisam nas áreas essenciais e vendo os investimentos sendo feitos em áreas estruturais. Mostrou que naquela época havia um relatório do Tribunal de Contas do Estado mostrando que R$ 1,3 milhão haviam sido desviados em obras ditas feitas e que não haviam sido realizadas. Obras, estas, fundamentais à sociedade, pois se tratava de simulação de obras em postos de saúde e escolas. Eram empresas fantasmas e até uso de CPF de pessoas humildes para retirar dinheiro público dos cofres da Prefeitura de Felipe Guerra. E isto que já é muito grave era apenas uma parte de um todo igualmente grave. Haviam servidores com salários atrasados, haviam fornecedores com pagamentos atrasados.

 

Qual foi sua principal preocupação ao assumir o governo em Felipe Guerra?

Dá uma identidade a uma entidade que não tinha identidade. Ou seja, a Prefeitura de Felipe Guerra era uma entidade que não tinha identidade. Quem era a Prefeitura? Uma pessoa jurídica, mas sem coordenação. Não se sabia quem prestava serviços. Não se sabia quem eram os servidores. Quem eram os credores. Era tudo por saber. Não existia uma entidade com o papel de Prefeitura em Felipe Guerra e as pessoas sofriam em função disto. Naquela época, não se podia dizer: “é bom ser gestor de Felipe Guerra porque pelo menos tem isto”. Não existia isto.

 

Fale um pouco do que você encontrou na Prefeitura ao assumir?

Quando assumiu, encontrei 14 secretarias, existiam apenas duas funcionando, precariamente. Era a de Educação e a de Ação Social, pois estas duas, pelo menos, tinham um prédio alugado. As outras não existia nada. Nenhum carro. Existiam dois tratores. Quando eu assumi, foi colocado aqui do lado do posto na entrada da cidade todos os equipamentos da Prefeitura. Eram três ônibus do Governo Federal, sendo que um, os recursos foram desviados e não foram pagos ao vendedor, e dois tratores precisando de manutenção. Era toda frota do município no dia 1º de janeiro de 2013. Até hoje este ônibus está sendo cobrado na Justiça. Este débito já passa de R$ 200 mil.

 

Haviam problemas de cadastro junto aos órgãos fiscalizadores?

Olha, Cézar Alves, hoje ainda temos problemas. É uma gangorra. A cada dia que passa aparece problemas. Nós pegamos o município devendo ao INSS R$ 6 milhões. Tínhamos uma previdência própria com mais de R$ 500 mil em atraso, tinha um empréstimo consignado que eles fizeram aí para os servidores e que nunca pagaram, no valor de mais de R$ 500 mil. Encontrei débito de R$ 844 mil à Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte, devia também a Cosern, com o Diário Oficial, onde era publicado todas as portarias e dispensas... Quer dizer, o município ficou com dívidas e não foram poucas. Ainda tem e estamos tentando negociar. Ainda nós temos um leque de heranças que encontramos que estamos tentando administrar e estamos conseguindo, com a dedicação do gestor e de toda a equipe. Estamos caminhando.

 

Em 2012, não se sabia quem trabalhava na Prefeitura de Felipe Guerra. E hoje?

Fizemos um censo. Este foi o primeiro passo. Depois teve uma redução das secretarias. Demos uma enxugada. A prova disto é que estamos chegando a um momento de crise no país e o trabalho que foi feito conseguimos mudar a cara. Tivemos a coragem de buscar a justiça e tirar o município da inadimplência. Fomos a Justiça para buscar os direitos do município junto ao Agência Nacional do Petróleo (ANP), estamos aí com outra questão na Justiça para rever a questão do ICMS e outros impostos que o município perdeu porque os ex gestores não foram atrás.

 

A questão dos royalties?

Estamos revendo agora a questão territorial, onde Felipe Guerra perdeu áreas para Apodi e Governador Dix Sept Rosado, onde realmente nós temos poços de petróleo e que nós estamos perdendo de arrecadar por conta de omissão de governos passados. Estamos lá brigando no bom sentido algo que é de interesse e pertence ao município. Felipe Guerra hoje perde com isto.

Uma cidade como a nossa eles tinha como se fosse um curral...

 

A reportagem do MOSSORO HOJE esteve nas áreas periféricas da cidade, onde encontrou obras de calçamento em todos os lados, mais de 40 mil metros quadrados. Havia construção de postos de Saúde e Conjuntos habitacionais com mais de 100 casas. Havia também perfuração de poços e construção de ginásio de esportes, além de uma ponte ligando a cidade à região mais rica da região, a Várzea. Encontrou a saúde funcionando. Estes recursos veem deste trabalho junto à Justiça para recuperação fiscal do município?

Como frisei antes. Entrei com questão na Justiça contra a ANP para rever esta questão dos Royalties da Petrobras. Mas antes mesmo deste aí já tínhamos encaminhado vários recursos junto ao Governo Federal para obras de infraestrutura em Felipe Guerra, como a UBS. Construímos realmente no Mulungu, Arapuá, aquelas estruturas que você mostrou em ruínas. Agora elas existem. Agora nas margens da BR 405, no Mulungu, tem uma quadra que vamos investir cerca de R$ 300 mil da arrecadação própria. Esta questão da Petrobras, que ganhamos, vamos mudar a história de Felipe Guerra. Você frisou 40 mil metros de calçamento. Não é isto. É 68 mil metros de calçamento. 40 mil metros serão de asfalto, que vamos começar em agosto. Serão investidos R$ 6,6 milhões só nestas duas obras. Além destas, temos a obra de uma ponte, que deve ser algo em torno de um milhão. Temos dois projetos para fazer praças, prontos para licitar. Temos uma quadra na comunidade do Arapuá, tudo isto daqui para o final do ano.

 

O senhor falou que quando recebeu a Prefeitura haviam só dois ônibus e dois tratores. E hoje?

Conseguimos 5 grandes equipamentos do PAC, do Governo Federal. Fora estes equipamentos, que tem sido muito importante para o município, nós compramos carros novos para saúde, ação social, arranjamos carro (L200) para a Agricultura, vamos comprar duas ambulâncias novas, também, teremos uma semi UTI para entregar em dezembro. Enfim, todas as secretarias têm um carro hoje para funcionar, para executar seus serviços. Nós estamos com 17 veículos, fora as máquinas. Em dois anos conseguimos avançar muito.

 

Saúde?

É preciso dizer e reconhecer que a saúde não está bem em nenhum canto e você sabe que estou falando, pois sei que você se inteira muito bem sobre as condições da saúde no Rio Grande do Norte. Você vai dentro do Tarcísio Maia e sempre tem ajudado as pessoas com suas amizades. Hoje eu tenho o prazer de dizer que ao invés de estar tirando gente todo dia para Apodi ou outra cidade, está é vindo de Apodi e de outras cidades para procurar atendimento em Felipe Guerra. Não é bom não, porque estamos gastando com isto. Mas isto comprova que hoje está funcionando, daí o cidadão de Apodi vem procurar saúde em Felipe Guerra, e não o contrário.

 

Quando investigava a administração em Felipe Guerra, fiz uma foto retratando um quadro vergonhoso: crianças empurrando uma Pampa que funcionava a gás GLP no transporte escolar. Hoje ainda encontro crianças sendo transportada em pau de arara?


Nós fizemos 17 pesquisas durante nossa campanha e, em todas, perdemos entre os universitários. E hoje, talvez, Felipe Guerra seja a única cidade da região que o transporte escolar é 100% gratuito para todos, inclusive para os universitários. Quando eu cheguei, eram dois transportes e hoje são 5 totalmente grátis. Você não vai encontrar aquilo de crianças sendo transportada em Pau de Arara entre as comunidades em Felipe Guerra. São Sprinter. Carros fechados e seguros. Desde que assumi Felipe Guerra, não tem pau de Arara. Você pode até encontrar em outras cidades, aqui não. Todos são ônibus ou Sprinter. Inclusive é bom registrar que foi feito uma revisão pelo DETRAN recentemente e todos os transportes foram bem avaliados.

 

Felipe Guerra está entre as cidades com índice assustador em casos de doença de chagas. A questão habitacional está sendo cuidada?

Nós temos hoje 75 casas em construção. Já entregamos 35. Vamos entregar mais 40. Aprovamos projeto dentro da Ação Social para fazer casas. Vamos começar pelas comunidades para acabar as casas de taipa, com recursos próprios. Nossa meta é começar 10 casas todo mês nas comunidades. Também vamos melhorar as casas na zona rural e também na zona urbana. Nós vamos combater esta doença que você falou aí.

 

Sobre a doença de chagas?

 

Cultura?

Nós vamos ter agora a festa de emancipação política em setembro. Nós não tínhamos nada disto há muito tempo. Todas as tradições eles acabaram. Eles acabaram com tudo. Tudo. Nós conseguimos resgatar, sem grandes custos, sem tanto alarde de dinheiro investido. Hoje, Felipe Guerra se dá ao luxo de ter todas as obras em andamento e ter R$ 1,6 milhão em caixa. Dá para você entender? Não tem nenhuma cidade que tenha. Pode olhar. A crise é grave em todo canto. Acho que nem Mossoró não tenha. Tenho em caixa e procure saber a qual fornecedor nós devemos. Hoje só não recebe se o “caba” não tiver habilitado para receber. Observe que vamos receber R$ 132 mil de FPM e vai ficar todo no INSS. Mas mesmo assim estamos conseguindo pagar a todos os servidores e ainda ter dinheiro em casa. Agora no passado o dinheiro não dormia nem na conta. Quando recebemos os royalties no dia 23 de junho, nós tínhamos R$ 800 mil em caixa. Repetimos este mês. Nós estamos trabalhando para deixar todo mês uma reserva de R$ 1 milhão em caixa para ser usado em alguma eventualidade.

 

Felipe Guerra teve uma redução de habitantes e agora está revertendo este quadro?

Na próxima eleição vamos ter um aumento do número de eleitores de forma gigante. Muita gente que estavam em outras cidades vão voltar para Felipe Guerra. Quem votava fora, agora vai votar em Felipe Guerra. Agora os serviços funcionam. Eu estava vindo para Felipe Guerra, haviam seis alunos de Apodi, que os pais vieram deixar na entrada de Felipe Guerra, para ir de carona nos nossos veículos para Mossoró. Eles estão vindo de Apodi para ir nos nossos veículos para Mossoró, estudar e fazer curso. Nós invertemos. Antes era tudo em Apodi. Hoje não tem uma cidade nesta região que tenha as obras que temos. Nós resgatamos a cultura de gestão com responsabilidade, com gestão fiscal. Eu estou licitando agora a Avenida Mirasselva, eu quero deixar esta avenida toda iluminada com led, fechar estes canteiros, fazer tudo. Quero deixar isto aqui um verdadeiro cartão postal. Quero que quando o cidadão entrar na cidade, ver um grande cartão postal.

 

Já falamos sobre infraestrutura, transporte, saúde, cultura, educação, setores que hoje funcionam. Qual a satisfação do cidadão Haroldo Ferreira em contribuir com a reestruturação de sua cidade?

Eu sempre tenho dito que nunca fui político de carteirinha. Eu não sou aquela pessoa que teve um mandato ou um cargo eletivo como fonte de sobreviver. Eu sair cedo para estudar e nunca perdi os laços com Felipe Guerra. É muito gratificante você voltar, não como aquele político de carteirinha, que dá tapas nas costas do cidadão, de entrar na casa do cidadão e comer o feijão dele e deixar ele sem nada, não, não, eu não vejo a política por este lado. Eu acho que hoje a política não está mais precisando daquele político tradicional. Hoje temos que viver outro momento. Este novo momento tem algo muito diferenciado. Tem que fazer esta parte de conversar e ter contato com o cidadão, mas hoje tem que ser muito mais gestor, pelo momento de crise que vivemos, temos que ver este lado de gestão, enfrentando as coisas com seriedade. Se não fizer, vai ficar pelo meio do caminho. A cada dia que passa está mais rígido a cobrança dos órgãos fiscalizadores. Não existe mais espaço para amadorismo. Você tem que conduzir a coisa como empresa. A gestão pública tem que ir por este caminho. Nós temos procurado fazer isto. Observe que não é só questão, é também uma questão cultural. Temos que buscar mudar os costumes das pessoas, tem que parar de dá a entrada da festa e dá a bebida lá dentro. Gestão não é isto. Não é isto meu forte. Eu prefiro hoje saber que a unidade hospitalar tenha atendimento. Quando não vou à noite, vou durante o dia. Vou todo dia lá. É neste local que o cidadão precisa do gestor. Ele precisa do gestor. Eu dou a cara. Eu vou lá. Isto que me proporciona muita satisfação. É proporcionar ao meu povo, que passou décadas e décadas sendo tratado como um curral, um transporte decente, uma saúde de qualidade, infraestrutura de qualidade. E a gente neste momento proporcionando a este povo, que já está ficando descrente nos políticos. Estamos dando uma identidade a uma entidade sem identidade, que era a Prefeitura de Felipe Guerra. O servidor de Felipe Guerra tem crédito. Ele tem como comprar fiado, na cadernetinha como se fala. Ele pode comprar um bem, um eletro. Isto não existia desde 1989 em Felipe Guerra, e hoje tem. Satisfação muito grande está podendo proporcionar isto ao seu povo. Esse povo merece muito, pois passou muito tempo tendo seus direitos negados.

 

Para encerrar, quem vai pagar aquele rombo que você encontrou na Prefeitura quando assumiu no dia 1º de janeiro de 2013?

Quem paga é a sociedade, né? Infelizmente queira ou não, o débito é do município. Temos que fazer o parcelamento. Já estamos no INSS, vou amanhã ver se consigo negociar com a CAERN. Os débitos são do município. A gente como gestor temos que encarar e resolver sem prejudicar as pessoas, o cidadão. O próximo gestor não terá os problemas que eu tive. Na história política de Felipe Guerra, nenhum gestor vai pegar estes problemas que eu peguei nessa gestão. Eu tive que organizar tudo para poder funcionar. E a população está demonstrando que estamos no caminho certo. Sempre tenho dito que as pessoas dizem que obras não dá voto. Eu não acredito num gestor que não tenha discurso. E discurso você só tem quando você faz. O discurso é uma prestação de contas. Tivemos oportunidade de fazer e vamos fazer. E vamos discursar prestando contas à sociedade. Não adianta ficar esculhambando os outros. Quando você não tem o que dizer de você mesmo, você vai falar dos outros. Você tem que dizer ao cidadão o que você pretende fazer, o que você acha que é o melhor, não precisa falar dos outros. Temos que falar de nosso governo e é o que estamos fazendo. Na sua pergunta da satisfação, eu vou ter a satisfação, é muito bom, a sensação do dever cumprido. Eu vou está fazendo algo que nunca foi feito. Vou ter esta sensação. Espero quando concluir meu tempo como gestor ter contribuído para o município e isto, sim, me deixa realizado.

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