21 MAR 2025 | ATUALIZADO 23:53
POLÍCIA
Cezar Alves
06/08/2016 12:19
Atualizado
14/12/2018 04:44

MP não vê relação de crimes em Mossoró com atuação de detentos do Presídio Federal

Promotores ouvidos pelo MOSSORÓ HOJE afirmam que os crimes ocorridos na cidade estão relacionados a fatores locais, não a instalação do presídio de segurança máxima
Reprodução
Os promotores de Justiça que atuam na área criminal e de execuções penais de Mossoró não veem qualquer relação dos crimes que estão acontecendo com qualquer um dos presos do Presídio Federal de Mossoró/RN. Para eles, os crimes são fatores locais.
 
Nos primeiros sete meses deste ano, o Observatório da Violência do Rio Grande do Norte registrou 140 Crimes Violentos Letais e Intencionais, em Mossoró/RN.
 
Para os promotores de Justiça e também delegados com atuação nas varas criminais de Mossoró, os CVLIs tem relação direta com o tráfico de drogas, que cresceu substancialmente.
 
O número de CVLIs começou a crescer a partir de 2006, um ano após o crack se instalar nas áreas periféricas de Mossoró. Até 2005 ocorriam em média 30 CVLIs por ano.
 
De 2006 a 2016, o número de CVLIs só cresceu, sendo que os primeiros seis meses de 2016 foram os mais sangrentos da história. Neste mês de julho, houve uma redução em relação a junho.
 
E o tráfico de drogas também cresceu em Mossoró. Só este ano, a polícia apreendeu, em duas ocasiões, mais uma tonelada de cocaína pura, droga avaliada em milhões de reais.
 
Para promotor Armando Lúcio, presídios estaduais incrementam violência

As apreensões levantaram questionamentos: o traficante de Mossoró cresceu financeiramente e/ou os grandes traficantes de outras regiões desembarcaram em Mossoró?

O promotor de Justiça Ítalo Moreira Martins, que atua na Vara Criminal em Mossoró, declarou:
 
"Não acredito nessa tese, não vejo fatos que confirmem isso. Está mais para especulação. O que observo nos processos criminais que recebo são crimes sem conexão com os presos do Presídio Federal e a atividade delituosa deles. Até hoje não recebi sequer uma investigação da polícia que faça qualquer relação nesse sentido. Claro que eventualmente pode haver uma influência aqui e acolá, algo eventual em um ou outro delito, mas a ponto de influir de forma significativa no número de delitos até o presente momento não constatei".
 
O promotor de Justiça Romero Marinho, que atua na Vara de Execuções Penais, também segue o mesmo raciocínio de Ítalo Moreira.
 
“Nós não temos nenhuma evidência que o Presídio Federal implementou qualquer ramo da criminalidade em Mossoró. O único que faz este tipo de incremento é o Estadual. E isto é porque não tem uma área do semiaberto rígida. O semiaberto possibilita que muitos dos condenados saiam, cometam crimes e retornem para as unidades prisionais. Além de ter uma grande possibilidade para o preso do semiaberto ingressar com celulares para os presos do fechado, permitindo assim que estes presos comandem crimes mesmo estando detidos. Não tenho notícias que os presos da Federal influenciaram no tráfico local”.
 
Para as autoridades do Ministério Público Estadual, o crime é um fator local.

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