04 MAI 2024 | ATUALIZADO 18:27
POLÍCIA
Cezar Alves, Da redação
09/09/2016 04:21
Atualizado
14/12/2018 09:26

Lira Móveis e a mulher são presos na Operação Roper que investiga venda de motos com Notas Fiscais falsa

Empresários estavam sendo investigados por vender quase 500 Trax expedindo notas fiscais falsas e foi preso por portar balas de revólver e a mulher um depósito de roupas falsas
Tudo começou com um Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Defraudações de Mossoró pelo empresário José Paz de Lira Neto contra a gerente (nome preservado) de uma de suas lojas da rede Traxx JPL Motos. 

Na queixa, Lira Móveis, como é mais conhecido o empresário, reclamava que a funcionária estava falsificando documentos e ficando com o dinheiro da venda das motos. Nasceu aí a investigação que resultou na Operação Roper.

A operação foi batizada de 'Roper' fazendo uma alusão ao americano Sylvester Roper, que ao lado do francês Louis Perreaux fabricaram, em 1869, uma bicicleta com motor a vapor. O veículo é considerado precursor das cinquentinhas.

A Operação Roper, segundo explicou o delegado José Vieira, da Delegacia de Defraudações de Mossoró, investigou a venda de motonetas com notas fiscais falsas em Mossoró e durante o curso das investigações, ficou comprovado que Lira Móveis mentiu.

Na verdade, a gerente que ele havia denunciado era vítima e ele o investigado. O trabalho se aprofundou e se descobriu que Lira Móveis estava sendo processado pelo fabricante da Traxx desde 2014, por ele estar usando o nome da marca ilegalmente.

Também foi descoberto no curso das investigações, segundo relata o delegado José Vieira, que Lira Móveis havia comprado cerca de 500 motos Traxx a um empresário cearense por cerca de R$ 2 milhões e não pagou. Daí não podia expedir as notas fiscais destes veículos. 

A saída encontrada pelo empresário foi vender as motonetas com notas falsas. Ocorre que em meados de 2015 veio a decisão para emplacar todas as motonetas. Quando os clientes de Lira Móveis foram emplacar as motonetas no DETRAN, não conseguiram. 

O número da nota não era igual ao número do chassi da moto. Outros que eram flagrados na rua com a moto, terminava conduzido para a Delegacia de Plantão para explicar a propriedade do veículo. Daí os clientes retornaram à loja querendo o dinheiro de volta.

A saída encontrada por Lira Móveis teria sido foi praticar outro crime para esconder o crime já em curso. Lira teria armado para cima da gerente de uma de suas lojas, registrando o Boletim de Ocorrência na Delegacia, acusando-a de vender as motos com notas falsas.



"Tudo ficou esclarecido no curso das investigações e de vítima, Lira Móveis passou a condição de investigado", conta o delegado José Vieira, acrescentando que apresentou as provas na Justiça e solicitou busca e apreensão e prisão dos suspeitos.

A Justiça, no caso, optou por decretar busca em apreensão nas lojas e na residência do empresário Lira Moveis, que mora no condomínio Alfa Ville. Durante as buscas, foram encontradas e apreendidas balas de revólver calibre 38 e Lira Móveis recebeu voz de prisão.

Ainda num depósito na casa de Lira Móveis, os policiais encontraram muitas roupas com marcas famosas, porém com material de péssima qualidade. A mulher dele, Cleide Miranda Paz Lira assumiu a propriedade e também foi conduzida presa.

Durante as buscas na Loja JPL Motos, no centro de Mossoró, Lira Móveis passou mal e foi chamado o SAMU para prestar socorro. Ele está internado no Hospital Wilson Rosado. "Isto não impede de lavrar o auto de prisão em flagrante", diz o delegado José Vieira.

Lira Móveis foi autuado em flagrante por posse de munições e pagou R$ 900,00 de fiança. Já a mulher dele, o delegado lavou um Termo Circunstanciado de Ocorrência e vai pedir uma perícia técnica nas roupas apreendidas para descobrir se se trata de contrabando.

Em video, o delegado José Vieira explica como nasceu e transcorreu as investigações.


A Justiça bloqueou todas as contas de Lira Móveis e também determinou lacrar a Loja. Os documentos apreendidos, inclusive muitas notas fiscais possivelmente falsas, assim como computadores, agora vão passar por uma perícia e investigações.

Recomendação
O delegado José Vieira disse que as mais de 400 pessoas que foram vítimas do empresário Lira Móveis terão sérias dificuldades para legalizar a moto. Ele disse que o caminho legal é registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Defraudações contra a Lira Móveis.

Em seguida, a vítima de Lira Móveis deve procurar a Delegacia Especializada em Furtos e Roubos para documentar o caso e acionar a Justiça, através de um advogado. "Não se trata de um caminho fácil e nem rápido", explica o delegado José Vieira.

Notas

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