05 MAI 2024 | ATUALIZADO 11:05
POLÍTICA
Da redação
25/09/2016 14:45
Atualizado
13/12/2018 12:12

A incoerência da classe política, por José Herval Sampaio

Não me canso de dizer que a grande mudança só virá com o voto consciente e desamarrado do recebimento de vantagens econômicas individuais que prejudicam ao final toda a coletividade.

Na véspera de mais uma eleição municipal, chamo a atenção de todos os cidadãos brasileiros, sem adentrar em nenhum caso específico, para a sua realidade local, verificando se os políticos que hoje pedem o seu voto foram coerentes em suas ações.

E porque isso?

Ressalto, desde logo, que não irei defender, nessas poucas linhas, que haja controle, por parte da Justiça, com relação às manobras e traições da grande maioria dos políticos brasileiros, enquanto tais manobras mantiverem-se exclusivamente no âmbito das negociações que ocorrem antes, durante e depois das eleições.

Longe disso, pois no ordenamento brasileiro, só se pune alguém por atos devidamente tipificados, logo muito dos atos que condenamos moralmente, hoje ainda são impunes, já que não criminalizados pelo Congresso Nacional.

Ora, devemos acreditar que esses políticos irão desempenhar os seus mandatos com retidão se para chegar ao mesmo fazem de tudo, inclusive mudar suas posições originalmente publicizadas, traem os compromissos políticos assumidos, descumprem frontalmente as diretrizes partidárias, deixam de lado amizades pessoais, enfim estão dispostos a qualquer coisa para se elegerem?

O que esperar dessas pessoas no exercício do mandato?

Sinceramente, não confio em pessoas que não têm coerência em seus posicionamentos.

Não falo que não se possa evoluir em algum tema, assumindo posições diferentes à medida em que o tempo passa. Tenho, contudo, que isso deve acontecer com transparência e não da forma como estamos acostumados a ver, ao bel sabor dos interesses pessoais e não republicanos de cada um.

E o pior de tudo isso, é a ousadia na forma de contar ao povo, pois simplesmente toma a atitude e na “marra”, como se diz, quer que o povo esqueça tudo que disse antes e que os novos tempos chancelem naturalmente as novas alianças.

Será que atitudes tomadas à revelia do povo devem ser aceitas?

Eis a resposta que deve ser dada nas urnas pelos eleitores, votando em pessoas, que ao longo de sua carreira, foram coerentes e as novas caras como se diz, sejam também avaliadas sob esse critério, porque mesmo ainda não tendo exercidos cargos públicos, têm uma vida anterior que deve ser levada em consideração.

Não me canso de dizer que a grande mudança só virá com o voto consciente e desamarrado do recebimento de vantagens econômicas individuais que prejudicam ao final toda a coletividade.

Sei que não será da noite para o dia que os brasileiros mudarão sua triste realidade na política, que a partir desse peculiar fato para mim é politicagem pura e que tanto nos prejudica como nação que deseja ser desenvolvida.

O desenvolvimento de um povo sempre passará por sua mudança no tratamento da corrupção, no sentido amplo do termo, logo em que pese tudo que estamos vendo atualmente, existe sim uma luz no fim do túnel que nos enche de esperança no amadurecimento de nosso povo, não só no tocante ao combate a todo tipo de corrupção, mas na seleção melhor dos critérios pelos quais deve votar em uma pessoa para exercer qualquer mandato.

E dentre tais critérios, porque não nos preocuparmos com a coerência de quem quer nos representar?

Eu pessoalmente fico com o pé atrás de pessoas que não são coerentes em suas posições. Não dá para confiar em que muda de posição toda hora. São vulneráveis e nessa característica é que se encontra o cenário perfeito para que haja o cometimento de crimes, aí sim controlável em todos os sentidos pelas autoridades.

E se formos olhar para cada realidade de nossos políticos locais, veremos que a grande maioria dos políticos envolvidos em corrupção, de algum modo, foram incoerentes em suas posições, e sequer se preocuparam com o povo na hora de tomar novas atitudes.

E porque isso acontece?

Ora, porque o mandato infelizmente é comprado na acepção do termo, logo não se combina nada com o eleitor. Este é na maioria dos casos, um elemento desprezível em todos os sentidos, que se manipula do jeito que se quer, logo a sua posição pessoal é negociada pelos mais variados interesses, justamente os da pessoa que não se valoriza e que troca o seu voto por migalhas muitas vezes.

E onde fica a coerência? Não sabemos nem avaliar o que seja isso, porque quando os políticos atendem aos interesses pessoais do eleitor, este esquece tudo e vota sem qualquer preocupação, vota pensando em si naquele exato momento, esquecendo que aquele seu ato vai lhe perseguir por muito tempo e prejudicar sua família, enfraquecendo o povo na acepção coletiva, colocando em xeque as próximas gerações.

Então, leitores, o nosso alerta é muito grave. Analisem com muito cuidado em que estão votando, busquem dados que possam lhe permitir avaliar a coerência, de quem quer o seu voto, durante toda a sua vida, pois este elemento, infelizmente esquecido pela grande maioria dos eleitores, faz uma diferença muito grande e se bem avaliado, pode ajudar a mudança alvissareira que esperamos de nossa política daqui pra frente.

Não vai haver nenhuma melhora substancial, se não deixarmos de lado as velhas práticas antigas que contaminam a nossa democracia, que mesmo cambaleando, nesse difícil momento, nos dá a esperança, de que a partir dos vícios ora publicizados, possamos dá um passo que nunca demos, qual seja, o passo do voto sempre consciente e totalmente desatrelado de qualquer interesse pessoal.

Para ver o site de Herval Sampaio AQUI.

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário