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SAÚDE
Da redação
18/05/2015 07:15
Atualizado
13/12/2018 04:12

Estado Islâmico conquista Ramadi, cidade à 100 Km de Bagdá

Militantes disseram que tomaram controle total de Ramadi no domingo. É a maior derrota para o governo de Bagdá desde o ano passado. EUA dizem que vão conter extremistas
Agência Reuters

Nos últimos dias, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) tomou todos os postos do exército sírio situados na estrada entre Palmira, um oásis em pleno deserto, e a localidade de Al-Sujna, a 80 km. Há mais de um mês combatentes do EI apareceram em um vídeo destruindo no Iraque o sítio arqueológico de Nimrud.

"O EI quer dar a impressão de que segue ampliando seu controle (nas zonas situadas) entre Síria e Iraque, apesar dos ataques da coalizão" internacional liderada pelos Estados Unidos, que bombardeia posições rebeldes a partir de seus aviões, indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) executou dezenas de civis nas últimas 48 horas em seu avanço em direção à cidade velha de Palmira, na Síria, segundo uma ONG, e ontem (17), tomou definitivamente todas as últimas posições do exército iraquiano em Ramadi, a 100 quilômetros de Bagdá.

Ramadi é uma cidade localizada ao longo do rio Eufrates, no centro do Iraque, a cerca de 100 quilômetros a oeste de Bagdá. É a capital e maior cidade da província de Al Anbar.

A população da cidade foi estimada em 500 mil habitantes de acordo com dados da ONU de 2003. Os habitantes são predominantemente árabes sunitas, em sua maioria da tribo dulaim.

O avanço do grupo no Iraque, favorecido pelo conflito entre a minoria sunita e os xiitas no poder, começou com a saída de tropas dos Estados Unidos, em dezembro de 2011. Ao longo dos anos, o EI foi progredindo em seu objetivo de formar um Estado islâmico na fronteira do Iraque com a Síria.

Reenvio de tropas dos EUA
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse nesta segunda-feira (18) estar confiante que a tentativa do Estado Islâmico de tomar a cidade iraquiana de Ramadi será revertida nas próximas semanas.

Kerry afirmou, durante entrevista coletiva em Seul, que Ramadi foi um alvo de oportunidade para os militantes do Estado Islâmico.

"Estou convencido de que, à medida que as forças forem reenviadas e os dias passarem nas próximas semanas, isto vai mudar, eles serão retirados... estou absolutamente confiante que nos próximos dias isso será revertido", disse.

Entenda o conflito no Iraque
O conflito mais recente no Iraque teve início com um grupo de insurgentes que começou a tomar cidades do norte do país e avançar em direção à capital Bagdá. Apesar de novo, esse conflito tem origem em uma rivalidade antiga entre sunitas e xiitas – dois ramos do islamismo que, pelas mãos de extremistas, já protagonizaram diversos conflitos e atentados na região do Iraque.

Os sunitas dominaram o Iraque até a invasão dos Estados Unidos e a queda de Saddam Hussein – que fez com que se instalasse um governo xiita. Insatisfeitos, eles começaram protestando pacificamente em 2012, mas com poucos resultados.

A marginalização dos cerca de 5 milhões de sunitas iraquianos fez com que eles passassem a ser mais simpáticos às ações armadas do EI – antes conhecido como Estado Islâmico do Iraque e Levanta.

Novos conflitos
Grupos de milícias xiitas estão hoje (18) na cidade iraquiana de Ramadi para ajudar as forças de segurança do Iraque a recuperar a cidade do controle do grupo Estado Islâmico, que a tomou no domingo (17), após intenso combate.

A perda da capital da maior província do Iraque foi o pior revés militar, desde que começaram as operações de recuperação de território no ano passado.

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