17 MAI 2024 | ATUALIZADO 18:16
MOSSORÓ
Amanda Nunes
13/10/2016 13:06
Atualizado
13/12/2018 14:05

“Ele também faria o mesmo”, diz irmã de jovem que teve órgãos doados em Mossoró

Cirurgia aconteceu no Hospital Tarcísio Maia nesta quinta, 13. Foram retirados o coração, fígado, rins e córneas.
Bruno Martins
Um jovem de 25 anos, vítima de acidente de moto em Serra do Mel, teve morte encefálica confirmada e a família optou por doar os órgãos. A cirurgia aconteceu na manhã desta quinta-feira (13), no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM).

Foram retirados o coração, fígado, rins e córneas. Com a doação seis pessoas poderão ter as vidas salvas. Aeronaves de Natal e Fortaleza fizeram pouso em Mossoró para realização do procedimento. Segundo o médico Fernando Albuern, responsável pela comissão de doação, os órgãos serão enviados para três cidades diferentes. “Rins e córneas serão destinadas a Natal, fígado a Fortaleza e o coração para Curitiba”, diz ele.

Para Edinilda Saldanha, irmã do doador, embora o momento seja de dor, a sensação de fazer o bem é muito gratificante. “Estamos passando por uma tristeza muito grande. Eu convenci meus pais a doarem porque ninguém queria. Mas, eu conheço o irmão que eu tenho, ele faria o mesmo se pudesse escolher”, comenta ela, emocionada.

De acordo com Edinilda, o jovem estava internado há cerca de 10 dias, se recuperava bem, andava e já falava, de repente foi vítima de uma convulsão que o deixou em coma profundo. “Fomos pegos de surpresa, a recuperação era boa e uma convulsão inesperada no cérebro o levou a morte”, disse ela.

O procedimento de retirada de órgãos dura em média uma hora, segundo o cirurgião Marcos Aurélio Pessoa. A cirurgia é sincronizada com a equipe do hospital onde está o receptor. “Deve haver uma sincronia e grande agilidade para garantirmos o sucesso da doação, enquanto estamos saindo de Mossoró com o órgão, a pessoa que vai receber já deve estar iniciando a retirada do órgão que será substituído”, explica o cirurgião de Fortaleza.



Reativação

A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgão e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Tarcísio Maia foi reativada no meio deste ano, e esta já é a segunda captação de órgão feita. A primeira aconteceu no mês de setembro.

“É um momento muito complicado para os familiares, e nós entendemos os dois lados. Alegria para uns e tristeza para outros. Tivemos dois casos de captação, mas tivemos também casos em que a família não quis doar”, comenta Telma Ariana, assistente social.

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