Ambulantes de Mossoró temem prejuízos com mudança do local de trabalho
A transferência dos ambulantes que ocupam as calçadas do centro da cidade, acarretada por sentença judicial, têm dividido opiniões e gerado polêmica entre os próprios comerciantes. A falta de informação e prejuízo nos negócios surge como uma das principais preocupações de quem trabalha nesse ramo nas principais ruas comerciais do centro de Mossoró.
Segundo as entrevistas concedidas ao MOSSORÓ HOJE na manhã desta quinta-feira, 5, há confusão de informações entre os próprios comerciantes.
A maioria deles, apesar de conhecer a medida judicial e concordar com ela, se sente preocupada por não ter sido informada qual local vão trabalhar. É o caso de Joedina Freitas, que vende roupas numa barraca na calçada da Rua Coronel Gurgel.
Segundo ela, “nada foi informado para onde vão transferir a gente, e isso é muito injusto, porque para estar aqui a gente paga impostos, não estamos aqui de graça, por isso merecemos consideração por parte das autoridades”, relata a comerciante.
“Somos trabalhadores, é daqui que tiramos o nosso sustento e o da nossa família”, completa Joedina Freitas.
Foto: Valéria Lima
Já Antônio Freitas da Costa, mais conhecido como “Toinho das panelas” afirma não ter sido informado sobre o local para onde vão, e isso é o que mais o preocupa. “Espero que pelo menos coloquem todo mundo em um lugar só, porque se ficar todo mundo junto, e dependendo do local, se for central, não vai nos prejudicar tanto, mas se for todo mundo separado, vai prejudicar demais nossas vendas” diz ele.
Por outro lado, há ambulantes que discordam da medida judicial que determina a transferência de local dos comerciantes, resultado de ação judicial ingressada pela 18ª Promotoria de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), da Comarca Mossoró.
É o que relata Zé Maria, dono de uma banca de revista há 45 anos na Praça Antônio Vigário Joaquim, no Centro de Mossoró. “Não acho que o meu negócio atrapalhe a passagem das pessoas aqui na calçada, mas se for de ordem da Justiça, a gente vai ter que sair, e isso vai prejudicar o meu negócio, não sei como vai ser, Deus é que sabe”, diz ele.
“Até os meus clientes já me reclamaram dessa mudança, dizem que não entendem o porquê, se aqui não atrapalho ninguém” conclui Zé Maria.
Também foi possível perceber a desinformação por parte de alguns ambulantes sobre a medida judicial. Como é o caso de Marluce Pereira, que nos relata desconhecer a possível mudança de local.
Segundo Marcule Pereira, que têm uma lanchonete na Praça Antônio Vigário há 23 anos, “não estou sabendo de nada, não chegou ninguém aqui para nos informar sobre essa mudança”.
“Por aí, a gente até ouviu falar que os ambulantes iriam ter que ir para esse tal de Shopping Popular, mas lá a gente tem que pagar uns R$ 600 ou R$ 650 reais ‘pra’ ficar, e ninguém, de nós ambulantes, temos esse dinheiro para pagar eles lá” relata ela.
Foto: Valéria Lima
O vendedor de revistas Ademar Freitas, que tem seu comércio ao lado do antigo ‘Xepão’, disse que ainda não foi informado do local onde vão ficar e nem quando será feita esta transferência. Ele espera que nesta sexta-feira, 6, durante o cadastramento dos ambulantes na Prefeitura, seja fornecido mais informações à respeito da determinação da Justiça para retirá-los das ruas de Mossoró.
Veja o que determina a Lei de Acessibilidade AQUI.
O cadastramento dos ambulantes de Mossoró será realizado a partir de amanhã até o próximo domingo, 8, no Centro Administrativo, das 8 às 16h.
Documentos necessários para o cadastro
• Identidade
• CPF
• Comprovante de residência com no mínimo cinco anos
• Certidão de antecedentes criminais