27 ABR 2024 | ATUALIZADO 14:28
POLÍCIA
Da redação
28/11/2016 15:12
Atualizado
13/12/2018 22:03

“Vai piorar muito”, diz ex-secretário nacional de Segurança sobre a violência que assusta o país

“Porque a além da violência, dos crimes tradicionais, nós vamos ter o crime produzido pelo desespero, o desespero de quem tem o filho com fome em casa...”, explica Balestreri em VÍDEO.
Na aula inaugural do curso de preparação dos guardas municipais para passar a usar armas de fogo em suas atividades, em Mossoró, o ex-secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Brisolla Balestreri, disse: "Preparem-se para o que vem pela frente do ponto de vista da violência, crime...Nós não vimos ainda nem a metade. Vai piorar muito, nos próximos anos".

O professor Ricardo Brisolla Balestreri, quando prevê que vai piorar muito, faz referências à queda da economia no Brasil, com o desemprego que já passa de 20 milhões no país. "Porque a além da violência, dos crimes tradicionais, nós vamos ter o crime produzido pelo desespero, o desespero de quem tem o filho com fome em casa...", explica Balestreri em VÍDEO.

 
Ao MOSSORÓ HOJE, o especialista em políticas de segurança pública explicou a solução ou o que seria a solução para evitar esta possível tragédia ainda maior do que já se vive no Brasil, com mais de 60 mil Crimes Violentos Letais e Intencionais, não se pode pensar algo em curto prazo para se resolver o drama da violência. "Seria demagogia", diz Ricardo Balestreri.

Conforme Ricardo Balestreri, os números disponíveis apontam um cenário negro. Disse que 92% dos homicídios não são investigados e mesmo sendo os criminosos não chegam a serem incomodados. Em uma situação ainda mais triste e desesperadora, em 99,5% dos casos de roubo ou assaltos não são esclarecidos. Este cenário gera sensação de injustiça.


E como chegamos a este cenário estarrecedor, do ponto de vista sociológico e na segurança pública? Balestreri respondeu que este cenário se formou ao longo das décadas em função de um processo muito grande de injustiça social. Explica que não é pobreza que gera violência. É a injustiça. "Nós estamos num país tremendamente rico e um povo tremendamente pobre, que não tem acesso aos bens de consumo", explica o especialista.

E complementa que no Brasil existem duas meias polícias e explica como deveria ser para as duas funcionassem, com apoio da Guarda Municipal, e melhorar a segurança pública.

"Temos que pensar mais na população e menos nas corporações"...


Uso de arma pelo cidadão civil

Para finalizar, o Diretor do Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), Ricardo Balestreri se coloca contra o uso de armas de fogo por civis.


Quem é Ricardo Brisalla Balestreri

Ricardo Brisolla Balestreri, educador , licenciado em História, especialista em Psicopedagogia Clínica e em Terapia de Família, é Diretor do Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública , da Secretaria Nacional de Segurança Pública./SENASP.
 
Integra o Comitê Nacional de Educação para Direitos Humanos (Portaria 98/2003/SEDH), da Secretaria Especial dos Direitos Humanos/Presidência da República e o Comitê Nacional de Combate e Prevenção à Tortura no Brasil (decreto Presidencial de 26.06.2006/DOU 27.06.06).
 
Atuou como especialista contratado pelo Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no Grupo de Arquitetura do Sistema Único de Segurança Pública(SUSP/SENASP).
 
Participou, como Consultor Independente, do Núcleo de Acompanhamento da Execução do Programa Nacional de Direitos Humanos, a convite do Ministério da Justiça.
 
Sob a direção do Departamento da Criança e do Adolescente (DCA), integrou o Grupo de Trabalho para Avaliação do Atendimento Sócio-Educativo ao Adolescente Autor de Ato Infracional, instituído pela Portaria Ministerial no. 406/96.
 
Presidiu a Anistia Internacional-Seção Brasileira.
 
Foi membro do Comitê de Coordenação Política do Centro de Recursos Educacionais (CRE), com base no Instituto Interamericano de Direitos Humanos, em San José da Costa Rica.
 
Desde 1990, vem intervindo como consultor educacional e conferencista convidado por ONGs internacionais, instituições educacionais e dos sistemas de segurança pública, em diversos países, como a Holanda, Inglaterra, Noruega, Portugal, Suécia, Argentina, Costa Rica, Peru e Colômbia .
 
 Nos últimos anos esteve, a convite oficial, visitando e conhecendo experiências educativas e policiais na Noruega, Holanda e Estados Unidos.
 
No Brasil, prestou consultoria em formação de recursos humanos a governos, prefeituras, ONGs, Fundações e colaborou com a capacitação de professores, policiais federais, civis, militares, corpos de bombeiros e guardas municipais em diversos estados.
 
No Amapá, atuou como Consultor Permanente de Centro de Formação de Recursos Humanos (CEFORH), da Secretaria de Estado da Educação(SEED) e do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP).
 
Junto à Polícia Federal, trabalhou como docente e coordenou Módulos de Capacitação da Divisão de Direitos Humanos, em 22 estados.
 
Possui, em autoria e co-autoria, diversas obras publicadas sobre os temas da educação, cidadania, direitos humanos e polícia.
 
No Rio Grande do Sul, assessorou a Presidência da Assembléia Legislativa Estadual e sua Comissão Permanente de Direitos Humanos (a precursora no Brasil, em sua gestão inicial), foi membro do Conselho Penitenciário do Estado, trabalhou como Consultor Contratado do Setor de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Educação da Cidade de Porto Alegre e co-dirigiu o Instituto Humanitas/FAAP.
 
Por sua atuação como educador e parceiro, foi agraciado pela Polícia Rodoviária Federal com a Medalha do Mérito PRF, pela Polícia Militar do Estado de São Paulo com a "Medalha Brigadeiro Tobias", pela Polícia Militar do Distrito Federal com a "Medalha Alferes Joaquim José da Silva Xavier", pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Pernambuco com a "Medalha Pernambucana do Mérito Bombeiro Militar", pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal com a Comenda da Ordem Imperador D. Pedro II, pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal com a Medalha "Mérito Segurança Pública e Defesa Social", pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte com a Medalha do Mérito Profissional Cel. Bento Manoel de Medeiros, pela Guarda Municipal da Cidade do Rio de Janeiro com a Medalha "Marechal Zenóbio da Costa", pela Polícia Civil do Estado de Sergipe com a "Medalha do Mérito Policial", pela ACADEPOL/RS com o Diploma de "Professor Honorário" e pelas cidades de Natal/RN e Caucaia/CE com o título de Cidadania.
 

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