06 MAI 2024 | ATUALIZADO 17:19
MOSSORÓ
Da redação
13/03/2017 06:13
Atualizado
13/12/2018 18:48

'É pagar para trabalhar', diz terceirizado da UERN ao comentar início de greve

Segundo Alex Dias, que atua na empresa Solares, o pagamento dos servidores está com os meses de janeiro e fevereiro atrasados. "É grave, é complicado, não dá mais", disse.
Os servidores terceirizados da empresa Solares, que atuam da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte decidiram paralisar as atividades nesta segunda-feira (13), por tempo indeterminado. O motivo: o atraso salarial referente a janeiro e fevereiro, além do não pagamento das férias de 30 funcionários. 

Ao todo, cerca de 103 terceirizados pararam as atividades na manhã de hoje e realizam ato de protesto no campus Central da UERN, em Mossoró. 

O MOSSORÓ HOJE conversou com o servidor Alex Dias, que atua no serviço de limpeza do campus. Segundo ele, na sexta-feira foi feita uma parada de advertência. Mesmo assim, nenhuma resposta chegou a categoria. 

"A reitoria só nos informou que está pagando uma fatura, mas não disse qual. A empresa também disse que semana passada seria pago o mês de janeiro e essa semana seria negociado o pagamento de fevereiro, mas até agora nada", destacou o servidor. 

"Não tivemos resposta alguma do governo", destacou ele. 

O servidor afirma que a falta de salário tem comprometido o pagamento de suas contas, não só dele, mas de todos os servidores. 

"Chegam as cobranças todos os dias. Tem muita gente que paga aluguel, que a família depende desse salário, é conta de aluguel chegando, é fatura de cartão chegando e nada de salário. E ainda tem cobrador que fica desconfiando, pensando que estamos recebendo e não queremos pagar. Não dá mais. A situação é grave, é complicada. No mês passado nós fizemos uma cesta básica para doar a um terceiriado", frisou o servidor. 

Segundo ele, muitos servidores também sentem dificuldades porque não tem dinheiro sequer para colocar combustível em seu veículo.

"É complicado porque os servidores desenvolvem suas atividades normais todos os dias. Gastam gasolina e muitos vem de mototáxi, sem falar em alimentação e dá onde tirar esse dinheiro? Essa história de pagar para trabalhar não dá certo para a gente não", ressaltou Alex. 

As atividades por parte dos terceirizados da empresa estão em greve por tempo indeterminado. 

A UERN emitiu nota de esclarecimento sobre o atraso salarial. Ela informa que efetuou no dia 10 de março o pagamento da empresa terceirizada Solares.

Leia nota completa: 

O último processo legalmente instruído entre a empresa e a UERN está pago. A universidade cobra o envio das documentações necessárias para a quitação dos demais pagamentos conforme estabelece a resolução 11/2016 do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) e a previsão contratual.

O pagamento das empresas terceirizadas exige um processo legal que precisa ser respeitado:

1)  Abertura do processo mediante apresentação da fatura do mês trabalhado;

2)  Comprovação dos pagamentos dos salários referentes ao mês anterior, quitação de obrigações trabalhistas (INSS e FGTS), certidão negativa com a receita federal, estadual e municipal.

O pagamento que estava com documentação comprovada foi efetuado no dia 10 de março, conforme a ordem bancária número 1177, do Banco do Brasil, no valor de R$ 239.748,38. Em relação aos outros meses, a Universidade cobra da empresa a documentação sob pena de aplicar as penalidades legais.

A UERN informa que está empenhada em manter o pagamento dos terceirizados em dia.

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