14 MAI 2024 | ATUALIZADO 21:02
ESTADO
Da redação
23/05/2017 13:50
Atualizado
13/12/2018 19:05

“Não consigo descrever a sensação”, diz estudante de Baraúna premiada nos EUA

Projeto apresentado por Beatriz da Costa e Marcelo Abraão, com orientação da professora Priscilla Gurgel, foi destaque na maior feira internacional de ciências.
Cedida
Os estudantes Marcelo Abraão de Melo Ramalho e Beatriz da Costa Dantas, e a professora Priscilla Gurgel, da Escola Estadual João Abreu de Melo, de Baraúna, já estão em casa após serem premiados na maior feira internacional de ciências, a INTEL ISEF, em Los Angeles, Estados Unidos.

O evento internacional aconteceu entre os dias 15 e 19 deste mês e os alunos tiveram suas despesas custeadas pela Secretaria Estadual de Educação durante todo o período em que estiveram nos Estados Unidos. 

“Foi uma experiência única. Ir aos Estados Unidos para representar nosso país, nosso estado, cidade e nossa escola é algo maravilhoso. É algo tão diferente em nossas vidas que ainda não consigo descrever a sensação”, afirmou Beatriz.

Para Marcelo, estar na INTEL ISEF foi a concretização de um sonho. “Tivemos a oportunidade de conhecer pessoas do mundo inteiro e mesmo não sabendo nos comunicar no idioma deles, adquirimos muito conhecimento. Foi uma satisfação poder representar meu país e minha cidade, Baraúna. Além disso, pude levar o nome da minha família, dos meus pais que são pessoas tão batalhadoras”, declarou.

Segundo a professora Priscilla Gurgel, a trajetória dos jovens de Baraúna até chegarem em Los Angeles durou um ano. Tudo começou com a Feira de Ciências da escola, na qual 10% dos projetos são selecionados para a etapa posterior. Em seguida, o projeto foi aprovado para a feira de ciências da Ufersa.

“Tínhamos um sonho de ganhar uma credencial para Febrace, em São Paulo. Foi uma vitória muito grande, um feito inédito na cidade. A intenção não era só beneficiar Marcelo e Beatriz, mas que isso tivesse uma expressão a ponto de motivar professores e outros alunos”, disse a professora.

Ao chegar na Ufersa, os estudantes receberam a tão sonhada credencial para a Febrace. “Lá eram mais de 300 projetos dos alunos das melhores escolas brasileiras. Foi muito importante. E lá, conseguimos ser selecionados para a feira internacional”, explicou.

Segundo a professora, Marcelo e Beatriz sempre foram bons alunos e já davam sinais de que iriam trilhar um bom caminho. “Eu já sabia que um dia eles entrariam na Universidade. São jovens da Zona Rural, moram num local afastado da cidade, mas em nenhum momento pensaram em desistir do projeto. São alunos maravilhosos e perseverantes. A ideia foi deles, o protagonismo é todo deles. Meu único papel foi abrir os caminhos para que eles fizessem o que já sabiam fazer”, pontuou.


 
ESTÍMULO
 
“Eu nem sei se esses meninos sabem descrever o que viveram. Foi uma abertura de horizontes”, declarou a professora Priscilla. Segundo ela, a iniciação científica é um passo muito importante na utilização do conhecimento do aluno. “Muitas vezes ele está aprendendo coisas que não sabe como aplicar. Quando esse conhecimento passa a ser aplicado as portas se abrem e o resultado é esse”, afirmou. Para a orientadora de Marcelo e Beatriz, o resultado atingiu diretamente os dois alunos idealizadores do projeto. Mas, indiretamente, a escola, a região, a zona rural e toda a Educação do RN ganharam com esse feito.
 
A professora disse que pretende continuar trabalhando na iniciação científica, independente de premiações. “Sempre trabalhei com meus alunos como se todos os dias pudéssemos alcançar alguma coisa. Continuo estimulada a trabalhar, dar novos horizontes para todos os meus alunos. Minha honra é profissional. Não ganhei nada material, mas ganhei um estimulo maior, para continuar acreditando na nossa Educação”, afirmou.
 
EXPERIÊNCIA
 
A INTEL ISEF é a maior feira científica do mundo e, na mais recente edição, participaram alunos de 78 países. Segundo Priscilla, foram mais de 1400 projetos de mais de 1700 estudantes. “Era um cenário muito difícil para um nordestino da zona rural de Baraúna, sem tecnologia de ponta. Existiam coisas lá que nós nunca havíamos visto aqui no Nordeste. Quando chegamos que nos deparamos com aquela realidade, ficamos assustados”, disse.

Priscilla informou que Marcelo e Beatriz passaram por um treinamento para apresentar o projeto em inglês e também passaram por uma banca de avaliadores específicos. “Ser premiado é muito difícil e muito honroso. Numa escala maior, a Educação do RN ganha com isso e numa escala menor, todos da nossa escola”, disse Priscilla.
 
PROJETO
 
O projeto desenvolvido, "Madeco Sabugosa", é uma madeira ecológica oriunda principalmente da reutilização do sabugo e da palha do milho, onde está tem boa resistência, alta capacidade de impermeabilidade e viabilidade de produção. Desenvolvida com o objetivo de dar-se um destino aos resíduos provenientes do milho, visto que o Brasil é um dos grandes produtores de milho, e parte de sua produção é composta pelo sabugo e pela palha, que não apresentam um destino fixo, sendo muitas vezes queimados, servindo de pastagem ou descartados no campo de plantação. Para amenizar os problemas, tanto o desmatamento, quanto o acúmulo de ‘‘lixo vegetal’’ formados pelos resíduos do milho, desenvolvemos a Madeco Sabugosa.
 
PARCERIA

Secretaria de Educação tem interesse direto no fortalecimento da iniciação cientifica nas escolas estaduais do RN. Todos os anos estudantes da Rede Estadual de Ensino participam de importantes mostras científicas, como a Feira de Ciências do Semiárido Potiguar, realizada em parceria com a UFERSA, conquistando prêmios nacionais e internacionais. A Secretaria já investe nas feiras e visa ampliar o acesso ao conhecimento científico para que mais alunos possam ter oportunidade de apresentar seus projetos e estarem mais preparados para o ingresso no ensino superior.  

Com informações da Assecom/RN
 
 
 
 
 
 

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