Os números do Atlas da Violência 2017 revelam dados preocupantes para o Rio Grande do Norte: o estado registrou, entre 2005 e 2015, o maior crescimento na taxa geral de homicídios, liderando o ranking também por grupos como jovens e negros, e ainda contabilizando também o
maior percentual de crescimento por mortes com arma de fogo em todo o Brasil.
O levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que em 2005 o Rio Grande do Norte registrou 235 homicídios de jovens com idades entre 15 e 29 anos. Em 2015, esse número saltou para 939, o que representa um crescimento de 292,3% na taxa de homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes nessa faixa etária, que saltou de 26,6 para 104,3.
“O drama da juventude perdida possui duas faces. De um lado a perda de vidas humanas e do outro lado a falta de oportunidades educacionais e laborais que condenam os jovens a uma vida de restrição material e de anomia social, que terminam por impulsionar a criminalidade violenta”, aponta o Atlas da Violência.
Em relação aos homicídios de negros, o RN também contabilizou um crescimento acentuado, de 331,8%, o maior do Brasil. Foram 14,5 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes em 2005 e 62,5 em 2015.
“Os dados mais recentes da violência letal apontam para um quadro que não é novidade, mas que merece ser enfatizado :apesar do avanço em indicadores socioeconômicos e da melhoria das condições de vida da população entre 2005 e 2015, continuamos uma nação extremamente desigual, que não consegue garantir a vida para parcelas significativas da população, em especial à população negra”, afirma o Atlas.