O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai colocar em votação após as eleições projeto que revoga o Estatuto do Desarmamento. A pauta facilita a posse de armas em casa pelos cidadãos, retirando a exigência de comprovação da necessidade, e reduz para 21 anos a idade mínima para compra, uma medida é defendida com unhas e dentes por Jair Bolsonaro e é um dos pilares de sua campanha histérica nos últimos anos.
De acordo com o texto a ser colocado em votação, seriam mantidas as exigências de não ter antecedentes criminais, comprovar curso de tiro e passar por exame psicotécnico. A informação é da Coluna do Estadão.
A proposta já foi aprovada em comissão em 2015 e pode sofrer alterações durante votação no plenário. O texto tem o apoio da bancada da bala, integrada por Bolsonaro.
O Brasil registrou quase 60 mil homicídios em 2017, de acordo com o Atlas da Violência 2017, realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Dessas mortes, 71,9% (43.200) foram produzidas por armas de fogo.
De acordo com levantamento do Instituto Sou da Paz, foram vendidas 34.731 armas de fogo no País até agosto deste ano. Por hora são vendidas seis armas no Brasil, apontaram os dados. O número de licenças oferecidas pela Polícia Federal também aumentou: pouco mais de 3 mil, em 2004, para mais 33 mil no ano passado.
A posse de armas de fogo gera preocupação no povo, independentemente de faixa etária. O Sistema Único de Saúde (SUS) contabilizou 20 mortes por arma de fogo entre crianças de 1 a 14 anos de idade no ano de 2016, data do último levantamento - a estatística foi lançada no fim do primeiro semestre. Também no ano retrasado, foram identificados 133 acidentes com arma de fogo na mesma faixa etária.