09 MAI 2024 | ATUALIZADO 11:40
ESTADO
DA AGENCIA SEBRAE
04/02/2019 20:07
Atualizado
05/02/2019 15:50

Cadeia produtiva da meliponicultura é fortalecida com legislação no RN

No município de Mossoró, na região Oeste do estado, o mercado da meliponicultura, gerou em 2018 mais de R$ 72 mil para pequenos produtores
São mais de 70 criadores de abelhas sem ferrão na área urbana de Mossoró, que apesar das dificuldades impostas pelo carro fumacê, que mata as abelhas, conseguem produzir mais de 1 tonelada de mel por ano; Agora os produtores serão beneficiados com a nova lei sancionada pelo Governo Fatima Bezerra

A cadeia produtiva da meliponicultura está sendo fortalecida por uma Lei sobre a criação, o comércio de colônias e seus produtos e o transporte de abelhas sem ferrão (meliponíneos) no Rio Grande do Norte sancionada no dia 1º deste mês pela governadora, Fátima Bezerra, causando impactos econômicos, ambientais e sociais para os agricultores familiares que trabalham com as abelhas da espécie Jandaíra.

As entidades que integram e que apoiam o segmento estão comemorando a conquista de um pleito que teve início com um projeto de lei, que tramitou na Assembleia Legislativa, e começa a ser implementado neste ano.

Em conformidade com a regulamentação, poderá ser fornecido o selo de qualidade e procedência garantida aos produtos derivados da abelha sem ferrão (ASF). Fernando Liberato

Para se ter uma ideia da importância econômica da atividade para o Rio Grande do Norte, somente no município de Mossoró, na região Oeste do estado, o mercado da meliponicultura, que envolve a comercialização de mel de Jandaíra, colônias de abelhas e colmeias, gerou em 2018 mais de R$ 72 mil reais para pequenos produtores.

Segundo o engenheiro-agrônomo do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte – Emater, Victor Hugo Pedraça Dias, entre as 21 espécies catalogadas, a Uruçu e a Jandaíra serão as espécies chaves para a sustentabilidade dessa atividade. 

Victor Hugo Pedraça lembra que a criação de abelhas nativas sem ferrão é uma atividade zootécnica bastante significativa no território norte-rio-grandense e que nos últimos anos vem ganhando território, graças ao envolvimento dos criadores e o apoio de parceiros, como a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) e o próprio Sebrae no Rio Grande do Norte.

“O amadurecimento da atividade gerou a necessidade de se buscar segurança jurídica para os criadores e consumidores dos produtos da colmeia. Assim a legislação estadual sancionada vem garantir uma tríade que envolve: preservação, criação racional e comercialização dos produtos”, avalia Pedraça. 

O gestor do Projeto Apicultura e Meliponicultura Potiguar do Sebrae-RN, acredita que a nova legislação é um grande avanço para a atividade, na medida em que dar segurança jurídica aos pequenos produtores e consumidores.

“A aprovação da lei promove o acesso a novos mercados, incrementando a comercialização do mel das abelhas sem ferrão (ASF), trazendo ainda, garantias de preservação das espécies. Portanto, fortalece a cadeia produtiva desse tipo de mel e fomenta a renda dos meliponicultores. Ainda traz outro desmembramento, como a comercialização certificada de um produto raro, de alta qualidade e que está ganhando alto valor de mercado”, comemora Daniel Dias. 

O técnico da Emater, Victor Hugo, lembra que a conquista da nova legislação da atividade apícola é resultado de um intenso trabalho conjunto entre a Associação de Meliponicultores e Meliponicultoras Potiguar, a Associação dos Jovens Agroecologistas da Comunidade do Cabeço (JOCA), a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado, Sebrae, Emater, IDIARN e da própria Assembleia Legislativa do Estado.

“Praticada com gestão e responsabilidade nos municípios potiguares, a meliponicultura garante a sua preservação e renda para os produtores”, afirma o engenheiro-agrônomo. 

O Coordenador do Pólo da Rota do Mel de Jandaíra do RN e da Fortaleza Slow Food do Mato Grande, Francisco Melo Medeiros, afirma que o reconhecimento e a regulamentação da meliponicultura constitui um marco legal e histórico.

Para Francisco Melo, a iniciativa vai fortalecer a cadeia produtiva da atividade, impactando positivamente na renda de agricultores familiares.

“É o mais novo estado do país a legalizar este tipo de atividade. Além do manejo e transporte, também será permitida a implantação de meliponários, visando atender às finalidades socioculturais, pesquisa científica, fomento, educação ambiental, conservação, exposição, reprodução e comercialização de seus produtos”, comemora Melo. 

Para a presidente da Associação de Meliponicultores e Meliponicultoras Potiguar, Erione Belém, a nova lei que regulamenta a criação das abelhas sem ferrão, produção e comercialização do mel é uma conquista para os meliponicultores potiguares.

“Além de regulamentar a criação, o comércio, conservação e transporte das ASF no estado, a lei também vai fortalecer a cadeia produtiva do mel, principalmente o da abelha Jandaíra e outros produtos das ASF, aumentando a renda dos agricultores familiares, que trabalham com animais da fauna silvestre”, conclui Erione.

No Rio Grande do Norte a espécie Jandaíra é a mais criada. Trata-se de uma espécie de abelha do bioma da Caatinga, que ocorre exclusivamente no Brasil, nas terras secas do semiárido. 

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