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EDUCAÇÃO
ANNA PAULA BRITO
22/02/2019 11:46
Atualizado
22/02/2019 13:51

Pesquisadora da UFERSA busca recursos para projeto que pode fazer chover

O trabalho da Professora Doutora de Biotecnologia, Fernanda Matias, visa entender a formação de nuvens a partir de genes específicos e micro-organismos. O desenvolvimento do projeto poderá ajudar a prever anos de seca e até mesmo promover chuvas na região.
Para auxiliá-la no projeto, Fernanda conta com a participação da aluna Ana Letícia Holanda Morais, também do curso de Biotecnologia.
FOTO: CEDIDA

A Professora Doutora Fernanda Matias, do curso de Biotecnologia da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), lançou uma campanha para arrecadar fundos para viabilização de um projeto científico.

Segundo a professora, o projeto batizado de “Néfeles”, visa entender a formação de nuvens a partir de genes específicos e micro-organismos. O desenvolvimento dele poderá ajudar a prever anos de seca e até mesmo promover chuvas na região no período de escassez.

“No mar existem bactérias e algas que produzem um gás capaz de condensar as nuvens na forma adequada para chover. Entender esses genes e micro-organismos pode auxiliar na previsão de anos de seca ou de chuvas. Além disso, existe a possibilidade de usar o gás, no futuro, fabricado no laboratório, para auxiliar a chover em anos de seca. As nuvens precisam estar num formato adequado para que ocorra a chuva e esse gás promove essa formação.”, explicou Fernanda.

Contudo, os recursos para pesquisa, desenvolvimento e inovação foram reduzidos por parte do governo e a professora precisa de apoio financeiro para dar andamento ao projeto.

Pensando nisso, ela lançou uma campanha para arrecadar fundos, através do site Kickante, onde qualquer pessoa que esteja interessada em ajudar pode doar algum valor para o projeto.

“A iniciativa privada, em sua maioria, só aposta em produtos já validados, o que está longe de ser o caso. Esse é um projeto caro e relativamente longo, mas que tem um potencial imenso à frente e eu queria muito poder realizar isso. Imagina uma universidade do interior do Nordeste, se tornando um caso de sucesso na transferência de tecnologia, levando isso pra você quando for necessário, e tudo isso com o seu apoio”.

Com o dinheiro arrecadado Fernanda pretende simular um ambiente para verificar como o gás age e medir a quantidade necessária por área para que aconteçam as chuvas.

“Eu acredito muito na possibilidade futura desse projeto. Além da previsão de chuvas, outra aposta está na possibilidade de produzir esse gás para poder liberar quando for preciso, sabendo a necessidade específica de cada local”, explicou.

Outra possibilidade é criar um balão atmosférico para pegar dados e amostras das nuvens.

“Para isso precisaríamos arrecadar meio milhão de reais. Talvez não cheguemos a tanto, mas podemos conseguir fazer, pelo menos, a primeira parte que é produzir o gás em laboratório”, comentou Fernanda.

Os interessados em ajudar podem clicar aqui e fazer a doação para o Projeto Néfeles.

Empresários que também queiram fazer parte do projeto podem conversar diretamente com Fernanda e usar a lei de incentivos fiscais para ter retorno no imposto de renda.


PROJETO NÉFELES

Fernanda Matias é bacharel em Ciências Biológicas pela UFRGS e Doutora pela USP em Biotecnologia. A professora ministra as disciplinas de Marcos legais e patentes em Biotecnologia, Nanobiotecnologia e Biorreatores e Biofábricas, na UFERSA.

A professora doutora contou que iniciou a pesquisa em 2014, mas não achou muito sobre o assunto. Mesmo assim, ela resolveu seguir em frente com o projeto.

No mesmo ano, por falta de apoio financeiro, montou um laboratório com recursos próprios. Os primeiro experimentos não obtiveram bons resultado, mas ela insistiu e desenhou novos produtos para amplificar o gene de interesse.

Após essa mudança, em 2016, Fernanda obteve o apoio da UFERSA, foi quando conseguiu alcançar os primeiro resultados significativos para a pesquisa.

“Até o momento, eu sei que quando consigo amplificar esse gene chove na região. Parece estranho, mas por dois anos consecutivos a previsão deu certo.”, comentou.

Fernanda conta que o projeto está se desenvolvendo muito bem, faltando apenas o incentivo financeiro.

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