Você tem orgulho da sua história? A solenidade de Colação de Grau da Ufersa Caraúbas diplomou 93 concluintes dos cursos de graduação de Bacharelado em Ciência e Tecnologia (Integral e Noturno), Letras Libras, Letras Inglês, e as engenharias Elétrica, Civil e Mecânica, na noite desta quarta-feira, dia 10 de abril, com o Auditório do Campus lotado por familiares, amigos, padrinhos, madrinhas e comunidade acadêmica. Uma noite permeada de emoção a cada nova história de vida que se evidenciava ao longo da cerimônia.
O questionamento acima foi feito pelo concluinte Antônio Ferreira Neto, de Engenharia Civil, ao discursar na condição de orador oficial da solenidade e chamar atenção para a importância da conquista do diploma de um curso superior depois de uma longa trajetória de esforço, dedicação e o incentivo de familiares, amigos e profissionais da Universidade.
Entre essas tantas histórias, todas merecedoras de orgulho, estavam a dos quatro concluintes do curso de Letras Inglês, cuja turma é a primeira do curso formada pela Ufersa e chegam a fase final da graduação com o reconhecimento do Conceito 5, nota máxima na avaliação do Ministério da Educação – MEC.
Francisco Acaci Viana Neto também fez história. Ele é o primeiro concluinte surdo a colar grau pelo curso de Letras Libras, que formou a sua segunda turma. Francisco Acaci divide a conquista com seus colegas Francisco Ebson Gomes Sousa e Daniel Guedes, que no semestre passado estavam na fileira dos estudantes concluintes e retornaram ao mesmo auditório na condição de Professores do Magistério Superior.
Se cada uma dessas conquistas emocionou o auditório, o que dizer, então, da experiência vivida pelo casal de agricultores Nailton Francisco da Silva e Dominga Sebastiana da Conceição Silva? De uma só vez, eles comemoraram o resultado do ENEM, a aprovação para o ingresso no ensino superior e a colação de grau dos dois únicos filhos. Ambos com o sobrenome Francisco da Silva, formaram-se em Ciência e Tecnologia, Nadson segue para Engenheira Elétrica, e Nilson seguirá no curso de Mecânica.
O empenho e o entusiasmo de todos os pais e mães presentes foram lembrados em tom de agradecimento pelo concluinte Fabrício Leite Alves: “Nesse momento, refletimos que parte das dificuldades enfrentadas em nossa jornada foi amenizada por vocês, graças ao imprescindível apoio e estímulo”. A memória e a saudade dos que já partiram também foi destacada pelo texto da formada Maria Gadelha da Silva: “esse vazio permanecerá existente dentro de nós eternamente, no entanto transformamos esse sentimento em estímulo para ultrapassarmos cada obstáculo”.
Os concluintes Guilherme da Rocha, Joyce Almeida, Alan da Silva, Ana de Sales e Tárcia Silva sentiram o gostinho especial do reconhecimento pelo excelente desempenho acadêmico durante a permanência no curso. Eles concluíram a graduação com índice de eficiência acadêmica superior a 9 e, por isso, mais que merecidamente, receberam Menção Honrosa.
Essas histórias foram ressaltadas e reconhecidas em todos os discursos da mesa oficial da cerimônia. O diretor do Campus, professor Daniel Freitas Freire Martins, lembrou o quanto elas são edificantes na trajetória dos 9 anos da unidade, que já vislumbra a conclusão de todo o planejamento inicial ao passo que se prepara a novas conquistas. “Nunca esqueçam dos momentos vividos aqui. Das alegrias, tristezas, das amizades construídas, de todas as dificuldades encontradas. Porque são momentos como esse que nos fazem evoluir e termos a certeza que estamos prontos para enfrentar a vida lá fora”, lembrou.
Todas as narrativas ilustradas até aqui – e tantas outras – foram textualizadas nas palavras da professora Maria Ghisleny de Paiva Brasil, escolhida paraninfa geral, discursou para a sua primeira turma de afilhados. Em mensagens recheadas de menções literárias, ela relembrou a sua trajetória, reconheceu o esforço dos estudantes, a dedicação dos professores e, solenemente, ainda aconselhou.
“Iluminem o sol de um novo mundo! Baseando-se na ética e dignidade que teimam tirarmos! Tenham mais vida, mais amores ao saber! Sejam exemplo, símbolo de amor eterno à ética e ao compromisso profissional! Ergam o braço em busca de justiça e nunca fujam da luta pela liberdade, igualdade… Lutem pela garantia dos direitos das minorias, pelo direito à diversidade e inclusão social”, finalizou a professora Maria Ghisleny.
O reitor, professor José de Arimatea Matos, emocionado, juntou-se a todas as histórias de superação e destacou o quão é recompensador o esforço em busca dos sonhos. “Vocês são vencedores, mas a caminhada continua e de cabeça erguida enfrentem as próximas batalhas que virão, lutem, estejam no caminho do bem, se coloquem em prol de uma humanidade mais justa e fraterna, sejam éticos, se doem para um mundo melhor”.