18 ABR 2024 | ATUALIZADO 09:14
NACIONAL
COM INFORMAÇÕES DO G1
18/07/2019 12:11
Atualizado
18/07/2019 12:15

Última vítima que ainda estava internada após tragédia em Brumadinho, recebe alta

Talita Cristina Oliveira, de 16 anos, estava internada desde o dia da tragédia, ocorrida em 25 de janeiro deste ano. A adolescente passou por quatro cirurgias no quadril e no fêmur. Ela ainda caminha com ajuda de um andador e está fazendo fisioterapia.
FOTO: THAÍS PIMENTEL/G1

Após ficar internada quase seis meses, Talita Cristina Oliveira, de 16 anos, uma das vítimas da tragédia em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, saiu do hospital nesta quarta-feira (17). Ela, a irmã e a sobrinha estavam em casa quando a enxurrada de rejeitos chegou destruindo tudo.

‘É uma mistura de alívio e vazio’, disse José Antônio Soares, cunhado da adolescente. Ele perdeu a filha Lays Gabriele de Souza Soares, de 14 anos. O corpo dela foi encontrado um mês depois.

A mulher dele, Alessandra Souza, irmã de Talita, também foi levada pelo ‘mar de lama’ da Barragem Córrego do Feijão, da Vale, mas sobreviveu.

"É um barulho que não sai da minha cabeça. Eu tampei o nariz e só rezei", disse Talita quando ainda estava internada. A adolescente estava internada desde o dia 25 de janeiro, data do rompimento.

A casa da família ficava perto da Pousada Nova Estância que desapareceu sob a lama. José Antônio, que trabalhava no local, estava em Belo Horizonte no momento da tragédia. “Agora é recomeçar. De algum lugar”, disse ele.

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Talita passou por quatro cirurgias no quadril e no fêmur. Ela ainda caminha com ajuda de um andador e está fazendo fisioterapia. A previsão é que ela receba uma prótese de quadril em dois anos.

Talita foi resgata por um helicóptero do Corpo de Bombeiros após ser encontrada por dois rapazes que procuravam por parentes.

Alessandra também foi localizada em meio à lama. As duas foram levadas primeiro para o Hospital de Pronto Socorro João XXIII e depois seguiram para um hospital particular em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Alessandra recebeu alta pouco depois. Ela sofreu uma infecção na parte óssea do rosto e ainda passa por tratamento.

A família continua em um hotel pago pela Vale. “Agora estou procurando uma casa aqui em Betim mesmo. A gente não vai voltar mais pra Brumadinho”, disse José.

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INDENIZAÇÃO

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Vale fecharam acordo no início da noite da segunda-feira (15) no qual foram estabelecidas obrigações pelas quais deverão ser assumidas pela mineradora com objetivo de reparar os danos morais e materiais decorrentes do rompimento da barragem.

No documento, da Vale se compromete a pagar R$ 700 mil individualmente para cônjuge ou companheiro, filho, mãe e pai de funcionário morto na tragédia.

Do valor, R$ 500 mil serão para reparar o dano moral e R$ 200 mil a título de seguro adicional por acidente de trabalho. Irmãos de trabalhadores falecidos receberão, individualmente, R$ 150 mil por dano moral.

Com o objetivo de recuperar a renda mensal das famílias de trabalhadores mortos, o dependente da vítima fatal receberá pensão mensal vitalícia até os 75 anos, expectativa de vida de uma brasileiro, segundo o IBGE.


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