O promotor de Justiça Italo Moreira Martins perguntou a dona de casa Cinthya Tereza como o mecânico José Josivan, seu ex-marido, havia tentado matá-la com cinco tiros, em 2017.
“A culpa foi minha. Ele era um bom esposo, um bom pai, aí eu o traí. Fiquei com outro. A culpa foi minha”, respondeu Cinthya Tereza ao promotor de Justiça Italo Moreira Martins.
Ao final do Tribunal do Júri Popular, o réu José Josivan terminou condenado pelo Conselho de Sentença a 14 anos de prisão por tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Na dosimetria da pena, o juiz reduziu 2 anos pela confissão e a metade (6 anos) por ter sido tentativa de homicídio e aumentou em 2 anos devido a questão da arma de fogo.
Josivan, de 43 anos e 3 filhos com Cinthya Tereza, de 40 anos, restou condenado a 8 anos de prisão em regime semiaberto. O júri aconteceu nesta quarta-feira, 14, no Fórum Municipal.
O Júri
O julgamento começou às 8h30, com o juiz Vagnos kelly sorteando os sete membros do Conselho de Sentença. Em seguida interrogou a vítima, testemunha e o acusado.
Cinthya Tereza foi a primeira a prestar depoimento em juízo, em frente dos sete jurados. Em seguida foi a mãe dela, Maria de Lourdes Viana, que, na prática, foi quem a salvou.
Por último, foi interrogado o réu, que alegou ter sido traído pela vítima, agido sob forte emoção e que estava arrependido. Alegou até que teve a chance de matar e não o fez.
O crime aconteceu em dezembro de 2017, na casa da vítima. O réu, mesmo separado dela havia alguns meses, a procurou para conversar. Quando ela se recusou, sofreu um tapa.
Os tiros foram logo em seguida, tendo acertado braços, tórax e abdômen. A mãe da vítima, Maria de Lourdes, foi quem o segurou, impedindo o assassinato da filha.
O promotor Ítalo Moreira Martins, entretanto, mostrou aos jurados que na verdade, José Josivan cometeu crime de feminicídio em sua forma tentada e agiu com dissimulação.
Os advogados de defesa, Gladstone Albuquerque e Nelito Neto, foram no embalo da fala do réu em plenário, alegando forte emoção movida pela traição de Cinthya Tereza.
Pediram absolvição do réu e não sendo possível, colocaram como segunda opção ao Conselho de Sentença condena-lo por tentativa de homicídio simples, ou seja, menos de 6 anos.
Ao final do julgamento, o Conselho de Sentença decidiu pela condenação do réu, que o juiz Vagnos Kelly, seguindo o que prevê a lei, aplicou 8 anos de prisão em regime semiaberto.