O Rio Grande do Norte entrou no radar de investimentos de uma das maiores empresas do setor de geração energia no mundo. A governadora Fátima Bezerra, acompanhada do senador Jean-Paul Prates, apresentou as potencialidades do estado nas áreas de eólica e petróleo para a diretoria da empresa norueguesa Equinor, nesta sexta, 07, na sede da empresa na capital fluminense.
“Fizemos um convite para que a empresa invista no Rio Grande do Norte, mostrando as nossas vantagens naturais e o trabalho do Governo para dar segurança jurídica às empresas que decidem gerar emprego e renda no nosso estado.
Os diretores ficaram entusiasmados. A Equinor assegurou que o estado está em seus planos de investimentos e eles devem nos visitar ainda este ano para dar prosseguimento ao trabalho”, declarou a governadora.
A empresa foi representada no encontro pelos diretores Mauro Andrade (vice-presidente de cadeias de suprimento), Cláudia Alves (diretora de assuntos regulatórios), Tiago Martins (diretor de relações públicas e governamentais) e Glícia Gomes (diretora de relações públicas e governamentais). O grupo fez uma apresentação dos planos e investimentos no Brasil, onde atuam fortemente na área de exploração de petróleo no mar (offshore), ficando atrás apenas da Petrobras.
Com larga experiência no setor de petróleo e gás, o grupo está ampliando seu portifólio para a geração de energia eólica, trazendo a expertise de parques offshore nos mares europeus, e solar.
Atualmente, a empresa já conta com um parque solar instalado em Quixeré, no Ceará.
“Fizemos aqui uma antecipação de movimento, com visão de futuro. A Equinor possui muita experiência com geração de energia eólica offshore, por isso abrimos a possibilidade de manter um trabalho conjunto para a criação do marco regulatório do offshore eólico, o que já estamos fazendo no Senado”, destacou Jean-Paul Prates.
A Equinor, que até 2018 chamava-se Statoil, é uma empresa controlada pelo governo da Noruega, que detém mais de 60% das ações. Ela atua no Brasil desde 2001, essencialmente na exploração de petróleo no mar.
Em outros países a empresa desenvolve parques eólicos offshore, sendo a primeira empresa no mundo a operar um parque comercial deste tipo. Em setembro de 2018, a Equinor e a Petrobras assinaram um memorando de entendimento para avaliar projetos eólicos offshore no Brasil.
Recentemente a empresa brasileira requisitou licenças de instalação das primeiras torres de uma planta-piloto em Guamaré-RN para geração de energia a partir dos ventos que sopram no mar potiguar.
A região que inclui desde parte do Litoral Norte, passando pela Costa Branca potiguar e seguindo até o litoral cearense tem um potencial, segundo estudos, de geração de 140 gigawatts de energia eólica offshore, que representam cerca de dez vezes a capacidade instalada em terra atualmente.
Em reunião recente com o Governo do Estado, a empresa ítalo-brasileira BI Energia indicou que investirá cerca de R$ 5 bilhões na instalação de um parque eólico offshore no RN, aproveitando a experiência do projeto que desenvolvem no Ceará há quase dez anos.
Encontro com a Onip
Também com intuito de estabelecer uma parceria com a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), a governadora se reuniu, ainda, com a diretoria da entidade, sediada no prédio da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
A chefe do Executivo estadual se dispôs a fazer a mediação entre os entes públicos e privados a fim de que o elo com a Onip se concretize e seja um ganho para o Rio Grande do Norte.
“Historicamente, a indústria do petróleo tem sido de suma importância para a nossa economia. O que podemos fazer neste momento é disponibilizar o apoio de todo o governo para tudo o que for necessário para fortalecer a cadeia produtiva local de forma eficiente”, afirmou a gestora.
A Onip promove o desenvolvimento dos fornecedores e prestadores de serviço nacionais para a indústria do petróleo.
Eles foram recebidos pela presidente da organização, Karina Fragoso e dialogaram sobre a possiblidade de a entidade atuar também no RN através da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RN) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN)
“Temos o interesse de desenvolver parcerias e orientações com vistas ao desenvolvimento de fornecedores locais para a indústria do petróleo, seja a Petrobras ou empresas que estejam sucedendo a estatal nos campos ou nos ativos que ela venha a vender ou diminuir a participação”, explicou Jean Paul. Segundo ele, ficou acertado que a Fiern dará prosseguimento às negociações, através do seu presidente Amaro Sales, que por sua vez está em contato com o diretor do Senai-RN, Rodrigo Lacerda.
Participou também da reunião a presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), Lívia Andrade. A entidade reúne nacionalmente as operadoras de pequeno e médio portes, que estão atuando nos campos terrestres do Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe e Alagoas.
Durante a reunião, também foi discutida a importância de se manter os investimentos em pesquisa e desenvolvimento na área de petróleo, tendo em vista o grande investimento que foi feito e o desenvolvimento dessa área na UFRN e nas demais universidades e nas escolas técnicas do estado. Foi colocada em pauta a grande quantidade de mão de obra qualificada, com pessoas bem formadas, tanto em nível acadêmico, como nível técnico, superior e de gestão, que estão sendo preparadas para o mercado de trabalho.
Além das pessoas citadas, participaram do encontro o vice-presidente do Sistema Firjan, Raul Sanson, a presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Lívia Andrade e ex-presidente e consultor, Paulo Buarque Macêdo.