26 JUL 2024 | ATUALIZADO 19:46
MOSSORÓ
06/04/2020 09:56
Atualizado
06/04/2020 10:44

Empresa de transporte coletivo tem receita reduzida em 90% em Mossoró

Com o isolamento social e a redução do número de pessoas circulando na cidade, o setor viu sua receita desabar desde o início da pandemia causada pelo coronavírus e alerta para possível colapso ainda neste mês de abril.
Empresa de transporte coletivo de Mossoró tem receita reduzida em 90% desde o início da pandemia causada pelo coronavírus. Com o isolamento social e a redução do número de pessoas circulando na cidade, o setor viu sua receita desabar e alerta para possível colapso ainda neste mês de abril, deixando a população que ainda está trabalhando sem ônibus.
FOTO: CEDIDA

As restrições do coronavírus agravaram a crise do segmento de transporte coletivo em Mossoró. Com o isolamento social e a redução do número de pessoas circulando na cidade, o setor viu sua receita desabar desde o início da pandemia.

A empresa Cidade do Sol, concessionária do serviço, conta que reduziu de forma abrupta o total de passageiros e o faturamento no setor. A redução chega a 90% da receita, de acordo com a empresa.

O setor vem buscando se adequar à queda da demanda, adaptando linhas, horários e tomando outras medidas. A situação, no entanto, está se tornando insustentável.

“O transporte coletivo precisa ser socorrido com urgência para evitar paralisação”, adverte a Cidade do Sol.


AGRAVAMENTO

A empresa lembra que cumpre horários (principal reclamação outrora), ônibus quebrado na rua é outra imagem do passado. Também investe em tecnologia, adquire micro ônibus, cria novas linhas.

Contudo, amarga alta gratuidade (43%, o dobro da média nacional), concorrência predatória de transporte clandestino e táxi lotação, ruas deterioradas.

“Esta semana, por exemplo, buracos estragaram dois pneus (cada um custa R$ 1.400). Há casos de molas quebradas e outros problemas, o faturamento não cobre o alto custo”, explica.

Resultado: a saúde financeira da empresa, que já era péssima, piorou nas últimas semanas. E o desequilíbrio econômico se agravou no sistema, que está à beira do abismo.

A despesa com combustível, salários e insumos só aumenta, mas a tarifa (R$ 3,30), continua inalterada há dois anos, e não há passageiro pagante em quantidade suficiente para equilibrar o serviço de ônibus.

Apesar dessas e outras adversidades, a empresa ressalta que continua em circulação e se esforçando para manter em dia seus compromissos. Contudo, o salário de março dos motoristas, fiscais, mecânicos e outros colaboradores, com vencimento nesta segunda-feira (6), está ameaçado.


PROVIDÊNCIAS

Como o fluxo de passageiros não reage, e nem há previsão de melhora, o setor necessita de auxílio financeiro e redução de impostos para evitar o colapso.

Na esfera municipal, segundo a Cidade do Sol, esse suporte pode ser materializado através da isenção de Imposto Sobre Serviços (ISS), que já recebeu parecer favorável da Secretaria Municipal de Tributação.

O setor também defende revisão do subsídio público sobre a gratuidade parcial da tarifa para estudante e instituição de subsídio municipal para idoso, haja vista a grande quantidade de idosos/usuários de baixa renda no serviço; criação de vale transporte para servidor público municipal, como em outros municípios Brasil afora.

Em nível estadual, o transporte coletivo pleiteia a isenção de ICMS sobre o combustível para transporte de passageiros, como em outros Estados.

E, no âmbito federal, propõe medidas imediatas para manter a operação mínima, como criação do Programa Transporte Social, que consiste no aporte mensal de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de créditos eletrônicos de passagens, enquanto perdurar a crise do covid-19.

Segundo a Cidade do Sol, essas e outras ações são imprescindíveis para manter a operação em Mossoró o transporte coletivo – um setor de natureza essencial, em funcionamento regular na pandemia, a transportar trabalhadores de outras áreas essenciais e pessoas de baixa renda.

Porém, cada vez mais combalido e diante de uma crise sem precedentes. “O setor precisa de apoio, mais do que nunca”, alerta a empresa, em nota.


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