23 ABR 2024 | ATUALIZADO 08:31
MOSSORÓ
ANNA PAULA BRITO
24/04/2020 16:20
Atualizado
24/04/2020 16:36

“Foi uma situação muito triste. Minha irmã era uma pessoa muito querida”

As palavras são de Airton Castro, irmão de Anaísa Silva de Castro, de 42 anos, nova vítima fatal da Covid-19 em Mossoró. Ela estava internada em um hospital particular da cidade e morreu na terça-feira (21). Somente nesta sexta-feira (24) secretaria de saúde de mossoró confirmou que o óbito foi causado pela doença; Dois irmãos de Anaísa e a mãe também testaram positivo.
FOTO: CEDIDA

Nesta sexta-feira (24) a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Mossoró confirmou o 9º óbito causada pela Covid-19 na cidade.

Anaísa Silva de Castro, de 42 anos, estava internada em um hospital particular da cidade. Ela morreu na terça-feira (21), mas somente hoje o diagnóstico positivo para a doença foi confirmado.

O MOSSORÓ HOJE conversou Airton Castro, irmão de Anaísa. Ele contou que a irmã tinha síndrome de down, era obesa, tinha diabetes e pressão alta.

Anaísa começou a apresentar uma tosse no sábado (18). Airton conta que como a mãe deles já havia sido internada dois dias antes com diagnóstico da doença, decidiu levar a irmã para o hospital.

“A princípio o médico achou que não seria necessário  interná-la, já que ela só estava com tosse, mas diante do histórico com nossa mãe, pediu um raio-x, que apresentou uma pneumonia sugestiva para Covid-19”, disse.

Anaísa ficou sendo medicada na enfermaria, mas apresentou uma piora e precisou ser encaminhada para a UTI no domingo (19). “Ela ficou lá até a terça-feira. Na terça-feira eu fui até o hospital e ela já estava entrando em óbito”, contou.

O enterro da mulher aconteceu no mesmo dia e apenas Airton foi autorizado a ir até o cemitério.

“Foi uma situação muito triste. Minha irmã era uma pessoa muito querida, muita gente gostava dela. Por ela ter essa condição, era uma pessoa extrovertida e nós todos estamos muito tristes com a morte dela”.

Além da morte da irmã, a família de Airton ainda tem que lutar com a dor de ver a mãe internada no mesmo hospital, também por conta da doença.

A mãe deles tem 84 anos, é diabética e tem pressão alta. Airton explica que ele e uma outra irmã também testaram positivo para a Covid-19.

Airton foi o primeiro a testar positivo para a doença. Ele conta que quando sentiu os primeiros sintomas procurou uma unidade de saúde e fez o teste. Mesmo antes do resultado, se isolou em um quarto e não teve mais contato externo.

“A confirmação eu só recebi uns 12 dias depois, mas mantive o isolamento durante todo o período”. Airton já refez o exame e apesar da sequela que a doença causou no pulmão, foi considerado recuperado.

Já mãe dele, começou a apresentar os sintomas na semana passada. Airton conta que ele levou a mãe muito cansada para a UPA do Belo Horizonte, onde está sendo montado o hospital de campanha da prefeitura de Mossoró.

No local, o médico que os atendeu disse que a mãe dele estava apenas com ansiedade e a mandou voltar para casa.

“Nem teste tinha pra fazer. Como você diz que está investindo em um hospital de campanha se nem teste pra fazer tem? Estão esperando morrer mais um monte de gente antes de tomar providências”, disse Airton.

Ele então voltou com a mãe para casa, mas as 14h da quinta-feira (16), com sintomas mais graves da doença, ela foi novamente levada para atendimento médico, desta vez, na UPA do Alto de São Manoel.

No novo atendimento, o médico disse que a idosa precisava ser internada com urgência, porém não havia vagas na UTI do Tarcísio Maia. A família então decidiu transferi-la para um hospital participar.

Ela foi internada no início da madrugada da sexta-feira (17) e segue internada até então, sem nem ter podido se despedir da filha.

BOLETIM

De acordo com o boletim divulgado nesta sexta-feira (24) pela prefeitura de Mossoró, a cidade tem hoje 181 casos suspeitos, 171 descartados e 110 confirmados da covid-19, além dos 9 óbitos.

No Rio Grande do Norte, 3298 suspeitos, 754 confirmados, e 38 óbitos em 17 cidade do estado.


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