17 MAI 2024 | ATUALIZADO 18:16
NACIONAL
27/04/2020 15:51
Atualizado
27/04/2020 16:21

‘É inconcebível nomear pessoas próximas da relação do seu núcleo familiar’

O Senador Jean Paul Prates lembra que uma entidade importante como a Polícia Federal, que tem curmprindo tão bem seu papel com a sociedade, não pode ficar no comando de uma pessoa tão próxima do presidente que possa vir a “blindar a família do que quer que ela tenha feito”.
FOTO: REPRODUÇÃO

Em entrevista para o jornalista Saulo Vale, no programa Jornal da Tarde, o senador Jean Paul Prates falou sobre a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e a escolha dos nomes para ocupar o cargo e a chefia da Polícia Federal.

Para o senador, não é concebível que o presidente possa nomear para o Ministério da Justiça e para a PF pessoas tão ligadas intimamente ao seu núcleo familiar.

“Bolsonaro vai tentar nomear pessoas mais próximas da relação do seu núcleo familiar e isso é absolutamente inconcebível em se tratando de duas entidades tão importantes e tão fundamentais para o exercício da vigilância das atuações do governo”, disse.

Segundo o senador, essa relação de proximidade, principalmente do diretor-geral da PF com a família Bolsonaro pode manchar a imagem da instituição que vem cumprindo tem mantido uma imagem ilibada com relação às suas ações.

“Ela faz o que o judiciário manda, ela faz o seu trabalho de investigação e de execução de atividades ilegais em geral, não se limitando à corrupção e a atividades ligadas a Operação Lava-Jato, mas em geral, e ela jamais pode ficar no comando de uma pessoa tão absolutamente próxima de um familiar, com um objetivo tão explícito como blindar a família do que quer que ela tenha feito”, explica.

Segundo informações da CNN, os nomes escolhidos por Bolsonaro são o de Jorge de Oliveira para o Ministério da Justiça e o de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da PF.

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“Pessoas que são da ‘cozinha’ do Presidente Jair Bolsonaro. Isso nunca se viu na república. Talvez lá na república velha, na república dos coronéis, alguma coisa assim, então há um certo constrangimento com relação a isso, com certeza”, disse o senador.

Questionado se é o momento de discutir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o senador disse que defende que “se isso acontecer, não deve ser uma iniciativa do Partido dos Trabalhadores”.

“Não temos que sair na frente e provocar impeachment de presidente. Temos que reunir mais condições, temos sim que pugnar, propor investigações, se for necessário através de CPIs ou CPMIs feitas pelo congresso, como já temos uma funcionando muito bem, que é a das Fake News [...] mas temos que expandir essas investigações para dentro do âmbito da própria conduta do presidente e de seus ministros”, explicou.

O Senador lembrou das colocações do agora ex-ministro Sérgio Moro quando disse que negociou uma pensão para a família na condição de aceitar assumir o ministério da defesa, além de ter afirmado que não assinou a portaria de exoneração de Alexandre Valeixo da diretoria-geral da PF, quando a assinatura dele aparece no documento.

“Ele colocou ali que tinha negociado uma pensão pra família pra ir pro ministério, o que é uma coisa misteriosa, ninguém nunca viu isso, nunca ouvi falar de uma pensão pra assumir ministério. Também teve aquele episódio muito estranho dele não ter assinado a portaria de exoneração do diretor da polícia federal e aquilo parece uma bobagem, mas não é. Aquilo é o cometimento de um crime comum de falsidade ideológica, ou seja, você pega o ministro que você nomeou, manda fazer uma portaria com o nome dele, ele se recusa a assinar e mesmo assim, você como presidente solta pro diário oficial como se ele tivesse assinado. Ou seja, é a mesma coisa de você ter falsificado a assinatura do ministro antes de demiti-lo”, lembra.


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