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ESTADO
DO BLOG ALIVACI COSTA
08/05/2020 13:03
Atualizado
08/05/2020 13:11

Descrente do perigo do Covid-19, professor não resiste a doença em Apodi

A médica Jonsuellya Gurgel, que o atendeu sábado, dia 2, confirmou que a descrença do professor Gilmar na gravidade da doença foi de fato o maior problema. “Eu acredito que o maior problema foi que ele não acreditava na doença"
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Gilmar do Carmo de Carvalho, de 52 anos, era professor da Rede Estadual de Ensino, prestava serviços no Centro de Detenção Provisória de Apodi e era um amante do futebol. Ele, morreu na manhã desta sexta, 08, no hospital São Luiz, em Mossoró-RN, para onde foi transferido durante a madrugada para tratar de problemas nos rins causados pela doença.

“Uma pessoa teimosa,” assim definiu um dos parentes. “Ele saia na rua e não usava máscara, inclusive a gente da família ficava brigando com ele,” disse um sobrinho próximo.

Uma das médicas que acompanhou o caso de perto, a Dr. Jonsuellya Gurgel, confirmou que a descrença de Gilmar na gravidade da doença foi de fato o maior problema. “Eu acredito que o maior problema foi que ele não acreditava na doença, ele dizia que estava bem. A gente montou uns kits de medicamentos para entregar aos pacientes, eu entreguei um kit a ele, ele voltou pra mim com toda medicação. Ele pediu até desculpas e disse que não tomou a medicação porque achou que não estava doente,” informou a médica. 

De acordo a família, Gilmar procurou atendimento médico na sexta-feira, 1° de maio, e no sábado, 2, em Apodi/RN. Em nem um dos atendimentos ele precisou ficar internado. Foi somente na segunda, 4, que ele voltou ao hospital. Sem tomar os remédios e com a doença se agravando, ficou hospitalizado. De Apodi, Gilmar foi transferido para uma UTI em Pau dos Ferros/RN e na madrugada desta sexta para o Hospital em Mossoró, onde acabou morrendo.   

A teimosia não era a única característica. Para a família, Gilmar era também uma pessoa alegre, gostava de viver, não tinha vícios e estava muito bem de saúde antes da doença. 

“Ele era uma pessoa alegre, gostava de futebol, não fumava e não apresentava nem um problema de saúde não,” informou o sobrinho. 

Gilmar era casado, e além da esposa, deixa uma filha, 24 anos, e um filho, 26 anos. 


Sem velório 

A família, ainda sem acreditar no que aconteceu, não pôde dizer um último adeus. No sepultamento, que foi realizado ainda nesta sexta, 8, foi permitida a entrada de apenas dois familiares. O corpo saiu do hospital diretamente para o cemitério, sem velório. A despedida final foi somente para os dois filhos.  

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