Universidade de todo o país vêm cancelando as matrículas de estudantes por falsas declarações para acesso aos cursos por meio de cotas, no momento da inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Os participantes têm a opção de ser autodeclarar preto, pardo ou indígena para concorrer às vagas destinadas a esses públicos.
O que vem acontecendo que é, ao se submeterem às comissões de heteroidentificação, são identificadas as irregularidades, onde muitos não apresentam as características fenotípicas das respectivas etnias.
Um perfil no instagram chegou a ser criado exclusivamente para denunciar candidatos aprovados nas universidades, por meio de cotas raciais, mas que não se enquadram no perfil. De acordo com o perfil, a ideia é pressionar as instituições para que verifiquem as fraudes com mais rigor.
Nesta sexta-feira (5) o MOSSORÓ HOJE entrou em contato com a assessoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) para colher esse dados.
Segundo fomos informados que, na primeira chamada no Sisu de 2020, 528 candidatos foram convocados por meio de cotas, mas apenas 315 compareceram para o cadastro institucional.
Na UERN é obrigatória a submissão à comissão dos estudantes que se cadastraram e tiveram acesso à instituição por meio das cotas raciais. Em caso de não comparecimento, o candidato perde a vaga automaticamente.
Ainda segundo a assessoria, dos 315 estudantes que se inscreveram na instituição, 107 não se submeteram à comissão e perderam a vaga. Outros 36 tiveram suas matrículas negadas por não serem aprovados no procedimento de heteroidentificação.
Também entramos em contato com Ufersa que explicou, por meio do pró-reitor de Graduação, Erimar Santos, que a Universidade ainda não possui uma comissão de heteroidentificação implementada.
“Esta banca ainda está em fase de implementação na instituição, no entanto a autodeclaração ainda é a forma por meio da qual o candidato se submete a preenchê-la e ingressar nos cursos de graduação da nossa instituição”.
Erimar explicou que há uma proposta de implementação da comissão, para que no próximo Sisu, ela já esteja em funcionamento.
“É um processo um pouco demorado porque essa comissão ela requer capacitação, ela requer um atendimento aos Campi, porque nossa universidade é uma universidade multicampi, então a viabilidade de uma comissão nesse sentido ela tem que atender a esse formado de espraiamento da instituição Ufersa. Além disso ela tem que ser constituída por docentes da instituição, representação discentes, dos técnicos administrativo e aí tudo isso envolve toda uma infraestrutura para embasar essa a instalação dessa comissão”, diz.
O pró-reitor explica, no entanto que, no edital 001/2020 que trata especificamente do Sisu, a instituição deixa claro que poderá avaliar, a qualquer momento, a situação de estudantes que possam ter feito falsa declaração para acesso por meio de cotas e que sejam denunciado à pró-reitoria.
Nesta quinta-feira (4) Universidade Federal do Ceará (UFC) também anunciou o cancelamento da matrícula de 13 alunos que ingressaram na instituição por meio das referidas cotas.
Os estudantes foram excluído após constatar irregularidades durante procedimento de heteroidentificação.
Segundo a UFC, os pedidos de enquadramento de alunos que ingressaram na Universidade por meio das vagas reservadas aos estudantes cotistas são verificados após denúncias recebidas na Ouvidoria Geral da Instituição, órgão responsável por receber, encaminhar e acompanhar os casos a fim de que sejam devidamente apurados.
A instituição ainda informou que todos os estudantes que ingressaram pelas cotas reservadas a pretos e pardos poderão ser convocados a qualquer momento para comparecer a comissão.