Na manhã desta sexta-feira (14) aconteceu a solenidade de lançamento da campanha campanha “Sinal Vermelho”, no Rio Grande do Norte. O lançamento foi feito pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJRN.
A campanha foi criada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com a Associação de Magistrados Brasileiros (AMB).
A campanha consiste em incentivar a mulher vítima de violência para que faça um sinal vermelho na palma de sua mão e mostre-a em uma farmácia, para que o funcionário acione a Polícia para alertar sobre a situação de violência.
O Conselho Regional de Farmácia também está atuando para preparar as farmácias no acolhimento dessas mulheres.
MOBILIZAÇÃO
De acordo com a desembargadora Maria Zeneide Bezerra, é preciso pensar alternativas para inibir a violência, impedir que ela aconteça. “Nós temos o compromisso e o dever de dar a essas mulheres uma vida mais tranquila”, ressaltou.
“Hoje a gente tem esse apoio institucional de órgãos públicos, eu digo que nós temos que fazer sempre mais e essa ideia foi fantástica, de fazer esse sinal. Parabéns ao CNJ e à AMB que nos fez despertar para essa ideia. É um emaranhado de instituições e de pessoas comprometidas com o bem estar da sociedade”, afirmou Zeneide.
A conselheira do CNJ, Maria Cristiana Ziouva, comentou que essa campanha é de grande importância não só paras as instituições envolvidas, mas principalmente para toda a sociedade civil.
“É uma campanha de caráter humanitário, mas também de responsabilidade e solidariedade social. Não podemos continuar com esses índices altíssimos de feminicídio. O Brasil é o 5º país mais violento para as mulheres, mas ao mesmo tempo temos a terceira melhor legislação de proteção, não podemos continuar com esse paradoxo, devemos continuar lutando pela proteção dessas mulheres que sofrem essas violências”, disse Maria Cristiana.
Representando o Poder Legislativo, a senadora potiguar Zenaide Maia ressaltou a importância de ações além da Lei Maria da Penha.
“Já temos essa lei maravilhosa, mas faltava o engajamento da sociedade. Essa campanha nos traz justamente isso, o envolvimento das pessoas. Só com a lei não conseguimos, temos que envolver a sociedade civil como um todo. Precisamos de educação, só ela vai nos empoderar. A violência doméstica está em todas as classes sociais, mas as que sofrem mais com esse problema são as mulheres negras e pobres, temos que levar informação para elas”, explicou a senadora.
Já a governadora do estado, Fátima Bezerra, pediu que a violência contra a mulher não seja naturalizada. “Temos que reagir fortemente, por isso campanhas como essa são tão relevantes, foi uma iniciativa extraordinária, isso é a luta pela cidadania. É uma campanha simples, mas de alcance imenso”, celebrou a governadora.
Encerrando a solenidade, o juiz Rosivaldo Toscano cumprimentou o trabalho dos policiais que atendem aos chamados das vítimas fazendo o acolhimento, e o Conselho Regional de Farmácia, por levar a campanha principalmente às pequenas, de cidades menores e periferias.