02 MAI 2024 | ATUALIZADO 22:29
SAÚDE
ANNA PAULA BRITO
23/03/2021 10:20
Atualizado
23/03/2021 14:54

Medicamento de alto custo para artrite reumatóide passa a ser prescrito para Covid-19

Assim como aconteceu com a cloroquina e a ivermectina, a busca pelo Tocilizumabe vem se tornando um grande problema na II Regional de Saúde de Mossoró. Mesmo sem comprovação científica, o medicamento tem sido receitado por alguns profissionais de saúde como um tratamento para casos graves Covid-19, o que gerou uma verdadeira corrida para adquiri-lo.
Medicamento de alto custo para artrite reumatóide passa a ser prescrito para Covid-19. Assim como aconteceu com a cloroquina e a ivermectina, a busca pelo Tocilizumabe vem se tornando um grande problema na II Regional de Saúde de Mossoró. Mesmo sem comprovação científica, o medicamento tem sido receitado por alguns profissionais de saúde como um tratamento para casos graves Covid-19, o que gerou uma verdadeira corrida para adquiri-lo.
FOTO: REPRODUÇÃO

Tocilizumabe, este é o nome do medicamento que vem sendo receitado por alguns profissionais de saúde para o tratamento da Covid-19.

Indicado para pacientes que sofrem de artrite reumatoide, o Tocilizumabe, assim como a cloroquina e a ivermectina, não possui nenhuma comprovação científica efetiva contra a doença causada pelo novo coronavírus.

Na Inglaterra, pesquisadores da Universidade de Oxford vêm fazendo estudos com o medicamento, que é um poderoso anti inflamatório. No entanto, as pesquisas ainda seguem em andamento e é preciso cautela antes de sua utilização.

Nesta terça-feira (23), a reportagem do MOSSORÓ HOJE conversou com Emiliana Cavalcante, diretora da II Regional de Saúde, em Mossoró.

Ela conta que há cerca de duas semanas houve um aumento da procura pelo Tocilizumabe na II Ursap, devido ao fato de ele estar sendo prescrito para tratamento da Covid-19.

O problema, segundo Emiliana, é que não há estoque deste medicamento na unidade, visto que ele é indicado para o tratamento de apenas alguns casos específicos de pessoas com artrite reumatoide.

“Essa medicação quando vem, ela vem especificamente para esta comorbidade, que se chama artrite reumatoide. Ela já vem endereçada, digamos assim, para aquele paciente que já fez um cadastro anteriormente, aqui na UniCat. Nós não temos isso em estoque, quem disponibiliza isso é o Ministério da Saúde, o Estado não tem licitação para realizar essa compra e nós ficamos em uma situação muito difícil frente aos familiares, que chegam aqui desesperados, atrás de uma medicação que nós não temos como disponibilizar”, explica.

Emiliana lembra que a receita é um ato médico e que o médico pode fazer isso da forma como achar conveniente, mas explica que é importante que seja deixado claro ao paciente que se trata de um tratamento experimental e que não é uma medicação fácil de conseguir.

“Inclusive, não adianta ficar enviando aqui para a UniCat, porque nós não temos essa medicação em estoque. Talvez, se for o caso, fazer pressão ao Ministério da Saúde, para este disponibilizar o medicamento voltado para a Covid”, diz.

A diretora lembra que o Tocilizumabe também possui indicações muito específicas e efeitos colaterais, tanto que para o paciente com artrite reumatoide recebê-lo, no momento do cadastro, este precisa assinar um termo de responsabilidade pelo seu uso.

Explica, ainda, que todo o medicamento só é entregue ao paciente que apresenta a indicação médica e que esta receita ainda passa pela avaliação de uma outra profissional da unidade, para só então ser liberado.

Além de todas essas questões, o Tocilizumabe possui um alto valor, chegando a custar cerca de R$ 9 mil. Ele também não é encontrado em farmácias.

O MOSSORÓ HOJE encontrou em contato com cerca de 10 farmácias da cidade e em nenhuma delas o medicamento estava disponível. Um dos farmacêuticos chegou a confirmar que não há disponibilidade, sequer, para pedi-lo ao fabricante.


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