25 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:29
MOSSORÓ
CEZAR ALVES
03/05/2021 22:53
Atualizado
04/05/2021 09:04

Seu Francisco de Assis e Luciana Agostinha, invisíveis aos olhos da sociedade

O casal está numa faixa etária de idade que é muito difícil conseguir emprego com carteira assinada. Vivem na informalidade, rezando para não acontecer o imprevisto, como ocorreu com Seu Francisco de Assis, que sofreu um AVC e hoje depende do apoio da mulher e das doações dos amigos e vizinhos
O casal está numa faixa etária de idade que é muito difícil conseguir emprego com carteira assinada. Vivem na informalidade, rezando para não acontecer o imprevisto, como ocorreu com Seu Francisco de Assis, que sofreu um AVC e hoje depende do apoio da mulher e das doações dos amigos e vizinhos
FOTO: CEDIDA

Existe uma parcela da população brasileira que passa despercebida aos olhos do estado e da sociedade. Em sua maioria, são trabalhadores autônomos, sem carteira assinada, que quando ocorre qualquer adversidade (acidente, por exemplo), ficam sem cobertura assistencial.

O quadro para estes cidadãos piorou muito com o advento da pandemia, a partir de abril de 2020, causada pelo novo coronavirus. Muitas mulheres que trabalhavam fazendo serviços domésticos, por exemplo, não conseguiram mais trabalho. Ficarem sem renda.

Trabalhadores braçais, pequenos comerciantes autônimos, carpinteiros, ajudante de serviços gerais, entre outras funções, de uma hora para outra ficaram sem ter onde ganhar o sustento. Com idade entre 40 e 65 anos, notadamente fica fora do mercado de trabalho.

E existe quem esteja em situação ainda mais necessitada.

O MOSSORO HOJE encontrou o casal Francisco de Assis de Sousa, de 62 anos, e Luciana Agostinha da Silva, na Rua Amilcar Fernandes de Sousa, 152, perto do Mercado Público do bairro Bom Jardim, em Mossoró-RN, que vivem um drama trágico.

Seu Francisco, que comprava peixe na maré para vender na rua no horário da manhã e fazia serviços de carpintaria à tarde, sofreu acidente vascular cerebral (AVC), em dezembro de 2020, tendo passado vários dias internado (intubado) na UTI do Hospital Regional Tarcísio Maia.

Quando saiu do HRTM, a mulher Luciana teve que deixar os serviços que fazia para cuidar dele. Seu Francisco de Assis ficou acamado, sem poder trabalhar e sem qualquer assistência estatal, passando a sobreviver na total dependência da doação dos vizinhos e amigos.

Luciana conta que até acionou um advogado para ver se conseguia benefício social, mas até agora nada. “Ele comprava e vendia peixe, ele fazia serviços de carpinteiro, mas agora está sem poder fazer nada”, diz Luciana, que dedica 100% do seu tempo para cuidar do marido.

A dona de casa disse que se sente triste, porque não lhe faltava força para trabalhar. O mesmo com relação ao seu marido, mas ela mesma observa que “depois dos 40, o emprego fica difícil. Daí resta um serviço aqui, outro acolá, rezando para não acontecer imprevisto.

Seu Francisco de Assis precisa de assistência fisioterapêutica para tentar recuperar os movimentos, medicamentos, fraldas, e uma bateria de exames, que não tem como custear financeiramente e não tem como ir atrás nas secretárias para conseguiu via SUS.

Assim como Seu Francisco de Assis e Luciana Agostinha, existe dezenas, centenas, milhares de trabalhadores, que, de uma hora para outra, ficaram desempregados. Em Mossoró, a Prefeitura não tem um estudo preciso destas pessoas invisíveis aos olhos da sociedade.

Algumas destas pessoas são até fáceis de serem vistas. Geralmente passam em carroças catando lixo reciclável nas ruas. Demonstram um certo constrangimento com o que faz, mas a fome os obriga. Estão quase sempre com a cabeça baixa. Só falam quando se fala com eles.

A Secretária de Ação Social, Janaina Holanda, de Mossoró, disse que está fazendo um levantamento do quadro social do município, buscando, de imediato, levar estas pessoas em situação de extrema pobreza aos programas sociais do governo.

Para ajudar

Luciana Agostinha da Silva

Francisco de Assis de Sousa

Celular: 84 9 8861-6068


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