26 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:29
ESTADO
10/06/2021 10:59
Atualizado
10/06/2021 11:10

Operação do MPRN prende estelionatário que aplicava golpes contra idosos pela internet

Segundo os investigadores, foram abertas mais de 100 contas bancárias fraudulentas e os golpes aplicados devem ultrapassar o valor de R$ 1 milhão. Um homem de 51 anos, que é considerado o líder da organização foi preso preventivamente. Até o momento, 14 vítimas já foram identificadas, havendo possibilidade de chegar a mais de 100 vítimas.

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) realizou na manhã desta quinta-feira (10) uma operação que prendeu um estelionatário suspeito de praticar golpes contra idosos e instituições financeiras pela internet.

A operação denominada de "Prenda-me se for capaz" cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva nas cidades de Natal e Várzea.

O nome da operação é uma referência a um dos maiores falsificadores e impostores dos Estados Unidos, que assumia identidades falsas para aplicar seus golpes, tendo se esquivado das autoridades por vários anos.

A ação é proveniente de uma investigação criminal da 16ª Promotoria de Justiça de Natal e coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), através da Coordenação de Investigações Especiais (Ciesp), com atuação específica em investigação cibernética.

Segundo os investigadores, foram abertas mais de 100 contas bancárias fraudulentas e os golpes aplicados devem ultrapassar o valor de R$ 1 milhão. A operação contou com a participação de quatro promotores de Justiça, cinco servidores do MPRN e 28 policiais militares.

A investigação teve início quando um idoso que procurou o MPRN informando que havia sido vítima de um prejuízo de aproximadamente R$ 40 mil, proveniente de empréstimos consignados e compras com cartões, serviços os quais nunca contratou.

A atuação do Gaeco/MPRN teve início a partir do momento que se percebeu que a fraude foi toda operacionalizada pela internet, através de aplicativos dos bancos, provedores de conteúdo e utilizando até as plataformas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

As investigações comprovaram a existência de um grupo articulado, com divisão de tarefas que iam desde a falsificação de documentos, abertura de contas, contratação de empréstimos, movimentações financeiras e utilização dos valores, tudo de forma digital.

Um homem de 51 anos, que é considerado o líder da organização foi preso preventivamente. Até o momento, 14 vítimas já foram identificadas, havendo possibilidade de chegar a mais de 100 vítimas.

As contas bancárias eram abertas pelos aplicativos dos bancos utilizando a documentação falsa; era o ponto de partida para a contratação dos empréstimos e outros serviços financeiros. Com base nisso, o Gaeco/MPRN passou a rastrear e monitorar os vestígios digitais deixados pelos operadores do esquema, tudo com autorização judicial. A partir destes vestígios, as análises demonstraram quais os bancos preferidos pelo grupo, como eram utilizados os valores e até mesmo a localização exata dos envolvidos.

.“Foi um trabalho de investigação 100% cibernético, dado o grau de sofisticação e modus operandi deste grupo que atuava quase que exclusivamente pelas plataformas digitais, no que esporadicamente compareciam a algum terminal de autoatendimento para realizar saques. Os rastros digitais deixados foram analisados pelo Gaeco. Acompanhar a rotina dos operadores destas fraudes foi o maior desafio, dada a praticidade e mobilidade proporcionadas pelas ferramentas de tecnologia, no que eles não se estabeleciam por muito tempo em um local fixo”, explica Liv Severo, promotora de Justiça que coordenou as investigações.

Além da prisão deste homem, foram cumpridos outros três mandados de busca e apreensão, dois deles contra um empresário do ramo de empréstimo consignado que, ao que tudo indica, cooptava vítimas e contratava operações financeiras fraudulentas em prejuízo destes. A empresa promotora de crédito sediada no centro de Natal também foi alvo das buscas.

As investigações demonstraram a participação de outras pessoas que serão identificadas com a continuidade dos trabalhos.


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